A medida alternativa foi identificada pela Comissão de Direitos Humanos, composta por sete entidades de segmentos sociais de Mato Grosso, durante inspeção de quase quatro horas realizada em maio deste ano na unidade prisional. Em entrevista ao G1, o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do estado, Genilto Nogueira, confirmou a maneira como ocorrem as visitas íntimas e alegou falta de espaço na penitenciária. Explicou, porém, que o sistema prisional passa por um período de reestruturação em que deverão ser solucionadas todas essas deficiências.
A diretora-adjunta do presídio, Bromídia Maria da Silva, afirmou que os presos têm muito respeito pelos familiares dos colegas e que cedem o espaço para que o outro reeducando fique à vontade. "Eles [presos] criam mecanismos para definir os dias que cada um vai receber visita e, enquanto isso, os outros saem da cela, mas continuam no interior do presídio", frisou.
De acordo com o diretor de Finanças do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Orlando Francisco, que representou a instituição durante a inspeção, os detentos informaram que há um código interno de controle no decorrer da visita íntima e que é formado uma suposta "barreira humana" no momento que um reeducando recebe a parceira.
"Quando a companheira vai à unidade, ela tem a permissão da própria direção para entrar na cela na hora da visita íntima, mas não há informações e detalhes precisos sobre como isso acontece", pontuou Orlando, alegando desconhecer se, além de uma suposta barreira humana, os reeducandos utilizam algum outro mecanisno . Ele também reiterou que, no dia da visita, a direção do Centro de Ressocialização confirmou ter conhecimento sobre o caso.
Como o G1 divulgou recentemente, com base no relatório elaborado pela Comissão de Direitos Humanos, a unidade enfrenta um problema grave de superlotação. Enquanto tem condições para abrigar apenas 398 reeducandos, conta com 1.470, o correspondente a três vezes mais do que o espaço ofertado.
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