Após fracasso, governo vai dividir licitação do trem-bala em 2
Vai licitar primeiro o modelo de tecnologia (coreano, japonês ou europeu, por exemplo). Depois de definida a tecnologia, será feita a licitação das obras de engenharia.
O governo avalia que assim ficará mais fácil estimar o custo da obra, que deverá ser aberta para participação de construtoras internacionais.
Detalhes da decisão devem ser anunciados ainda na tarde desta segunda-feira.
O leilão do trem da alta velocidade fracassou porque nenhum grupo se apresentou na concorrência nesta segunda-feira, data marcada para as empresas entregarem seus envelopes com suas propostas.
Entretanto, apenas grupos que detêm tecnologia --e que estavam interessadas em atuar como fornecedoras-- estiveram na Bovespa para verificar se havia ou não interessados no empreendimento --entre os quais estavam franceses da Alstom, japoneses da Mitsui e sul-coreanos, além de dois outros grupos que não quiseram se identificar.
Venceria o leilão quem oferecesse a menor tarifa para os serviços, a partir de uma tarifa-teto fixada em R$ 199,73.
Hoje, o governo estima a obra em R$ 38 bilhões. Ele se compromete a ser sócio com cerca de R$ 4 bilhões, emprestaria outros R$ 22 bilhões via BNDES (com possibilidade de subsídio de R$ 5 bilhões) e colocaria ainda recursos estimados no mercado entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões, via fundos de pensão e empresas públicas.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Reportagem da Folha do dia 7 mostrou que as cinco grandes empreiteiras do país só aceitavam entrar com R$ 3 bilhões de capital próprio no trem-bala. O valor é próximo de 5% do custo calculado por elas para o projeto.
O projeto do trem-bala prevê a ligação das cidades de Campinas, São Paulo e do Rio de Janeiro. Com cerca de 500 quilômetros (km) de extensão, vai passar por aproximadamente 40 municípios.
Na última sexta-feira, o diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, garantiu que o certame não seria adiado e que não haverá mudanças no edital.
"A decisão é de não mudar nada", disse Figueiredo.
Perguntado sobre o risco de uma licitação vazia, caso nenhum concorrente entregue propostas nesta segunda-feira, Bernardo afirmou que não havia sinalização de que um adiamento melhore as condições do leilão.
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