"Ele estava passando, peguei o revólver e o matei com 11 tiros. Ele falou que iria matar a minha família, mas o matei primeiro. E se encontrar com quem anda com ele, mato também", relatou o menor, com frieza.
O adolescente ainda é suspeito de ter participado de um tiroteio que matou o menino Mateus Siqueira, de oito anos, quando voltava da padaria com o irmão. Ele foi atingido com um tiro na cabeça no momento em que passava pela pracinha do bairro Inhanguetá, em Vitória. O crime aconteceu em abril de 2011.
O menor foi encaminhado pela polícia ao Departamento de Polícia Judiciária de Vitória (DPJ). Com ele foram encontrados papelotes de cocaína e uma moto roubada. Ele tem 16 anos, mas desde os 14 está envolvido com crimes e com o tráfico de entorpecentes.
"Entrei nessa vida por que vale a pena. Eu não tinha dinheiro e agora tenho. Sou menor e não vou ficar preso por muito tempo, daqui a três meses ou três anos eu saio. Vou ficar até matar ou morrer", enfatizou o menor.
Entenda o caso
No dia 16 de abril, um menino de oito anos foi atingido na cabeça por uma bala perdida durante "acerto de conta" entre traficantes em Inhanguetá. O menino havia saído de casa, na companhia do irmão de 11 anos, para comprar bolo na pracinha do bairro, quando começou o tiroteio.
Segundo relato de testemunhas à polícia, era por volta das 23 horas, quando dois suspeitos chegaram pela Rua Aires Ribeiro, onde deixaram duas bicicletas na entrada do Beco da União. Ainda de acordo com populares, a dupla atravessou um trecho até chegar na Rua da Galeria, que fica logo em frente à praça onde ocorreu a troca de tiros.
Os meninos estavam na barraca de doces comprando o bolo, quando os atiradores começaram a disparar contra um grupo de jovens que estavam no local. Para a polícia, não restam dúvidas de que a motivação do crime tenha ligação com a disputa de gangues rivais pelo controle do comércio de drogas.
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