O desembargador Gláucio Maciel Gonçalves decidiu monocraticamente suspender a ação, que corre em segredo de justiça, após dois advogados entrarem com pedidos de exceção de suspeição contra a atuação do juiz da 1º Vara da Justiça Federal em Mato Grosso, Julier Sebastião Gonçalves, que, no entender deles, estaria sendo parcial no decorrer da ação.
O processo ficará suspenso até o TRF julgar os pedidos feitos pelos advogados Ulisses Rabaneda e Valber Mello, que defendem respectivamente o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Vilceu Marchetti, e a empresa Cotril, que supostamente teriam envolvimento no esquema de licitações superfaturadas. Os dois advogados informaram à equipe de reportagem do G1 que preferem não se manifestar sobre o assunto neste primeiro momento.
A ação popular suspensa foi proposta no ano passado pelo empresário de Jaciara, a 148 km de Cuiabá, Antonio Sebastião Gaeta, por meio do advogado Felix Marques. Por telefone, o advogado informou que vai se inteirar melhor do conteúdo da decisão para decidir se tomará alguma medida para voltar a dar prosseguimento ao processo. Ele contesta na ação o uso de dinheiro federal na compra das máquinas, que teria sido alvo de um esquema supostamente fraudulento.
O caso
O governo do estado entregou no ano passado cerca de 408 caminhões e 297 máquinas para recuperação e manutenção de estradas em Mato Grosso, principalmente as cidades do interior do estado. Segundo o Ministério Público Estadual, uma denúncia anônima dizendo que os preços estavam superfaturados chegou ao gabinete do então governador Blairo Maggi.
A partir daí, uma investigação foi aberta pela Delegacia Fazendária para apurar irregularidades na licitação. Um relatório técnico da própria Auditoria Geral do Estado (AGE) constatou sobrepreço na compra dos maquinários do governo. O dinheiro era de um empréstimo do governo do estado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 241 milhões.
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