PIB da China cresce apesar de medidas antiinflacionárias
O PIB do maior parceiro comercial do Brasil cresceu 9,5% entre abril e junho em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo números oficiais divulgados ontem. O índice, acima das previsões do mercado, foi apenas 0,2 ponto percentual menor do que o primeiro trimestre. Com isso, a expansão no primeiro semestre ficou em 9,6%.
Mais surpreendente foi a produção industrial de junho, que aumentou 15,1% em comparação com o mesmo mês do ano passado, cerca de dois pontos percentuais acima da maioria das previsões.
Os números diminuem o risco de uma queda brusca no ritmo de crescimento chinês, o que seria uma má notícia para a economia de países fornecedores de commodities ao gigante asiático, entre os quais o Brasil, que vende principalmente minério de ferro, soja, petróleo e celulose.
A mineradora Vale, que tem na China o seu principal cliente, tem dito que não acredita numa queda brusca de demanda. "O processo de urbanização está longe do fim, portanto, pensamos que isso vai continuar mantendo liderando a demanda por minério de ferro", afirmou Guilherme Cavalcanti, diretor de finanças da Vale, em entrevista à agência Bloomberg na semana passada.
Por outro lado, a China dá sinais de que ainda não conseguiu o difícil equilíbrio entre crescimento econômico e as medidas restritivas para conter o ímpeto inflacionário.
No mês passado, a China registrou uma inflação de 6,4% (acumulado de 12 meses), o maior índice em três anos, em mais um sinal de que os cinco aumentos na taxa de juros desde outubro, entre outras medidas, ainda não surtiram o efeito esperado pelo governo.
A maior preocupação do governo é com os alimentos, que continuam puxando a inflação. Apenas a carne de porco, a mais popular do país, subiu 57% nos últimos 12 meses.
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