Eles protestam contra projeto que facilita a venda da companhia; vereadores são ameaçados
Servidores da Sanecap invadem e depredam a Câmara
Pelo menos 300 servidores da Companhia de Saneamento da Capital (Capital) invadiram a Câmara Municipal de Cuiabá, por volta de 9h30, antes de começar a sessão extra que vai marcar o recesso parlamentar, nesta quinta-feira (14).
Revoltados com a decisão da Mesa Diretora, que, numa manobra, aprovou projeto que facilita a privatização da companhia, os servidores invadiram a Câmara pela porta principal, quebraram vidros, portas e móveis.
Em seguida, os servidores invadiram o Plenário e tentaram agredir os vereadores. Estavam presentes Toninho de Souza (PDT), Everton Pop (PP), Pastor Washington (PMDB). Misael Galvão (PSDB) e Marcus Fabrício (PP).
O vereador Pop tentou conversar com os manifestantes, mas também foi ameaçado de agressão. Dois seguranças do Legislativo conseguiram conter o movimento, mas ambos sofreram agressões.
A Polícia Militar foi chamada para reforçat a segurança e, desde cedo, duas viaturas estão estacionadas na porta do Palácio Paschoal Moreira Cabral.
Apoio
Pelo menos 100 servidores municipais, representando várias secretarias, estão na Câmara Municipal, em apoio aos colegas da Senacap, que protestam contra a privatização do órgão.
Liderados pelo sindicato da categoria, o Sispumc, os servidores protolocaram um pedido de anulação do projeto que privatiza a companhia e aproveitaram para reivindicar aos vereadores a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Prefeitura da Capital.
Por baixo do pano
Pelo projeto aprovado na terça-feira (12) pelos vereadores, o Executivo está livre para decidir se firma, para tocar o sistema de tratamento de água e esgoto, Parceria Público Privada (PPP), terceirização ou concessão.
A empresa que aceitar a administração do serviço de água será submetida às normas impostas por uma agência reguladora, que também vai ter o poder de fiscalizá-la.
A votação da mensagem encaminhada pelo Executivo envolveu uma forte articulação nos bastidores, visando a esvaziar qualquer tentativa de impedir a aprovação.
Isso porque, no momento da votação do projeto de lei, ocorria uma audiência pública no Plenarinho, para debater a implantação do Plano Municipal de Saneamento (PMS). Presentes no evento estavam os vereadores Lúdio Cabral (PT), Rossevelt Coelho e Tiago Nunes, ambos do PSDB. Dos 16 parlamentares presentes no plenário, somente Domingos Sávio (PMDB) votou contrário.
Ao mesmo tempo, o prefeito em exercício, Julio Pinheiro (PTB), convidou a imprensa para comparecer em uma entrevista coletiva no período da manhã, momento em que ocorria a votação, esvaziando assim a presença de profissionais da mídia no Legislativo cuiabano.
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