Contra privatização, servidores jogaram moedas em vereadores. No fim da tarde, prefeito interino sancionou o projeto de lei sob protesto.
Após tumulto na Câmara, prefeito sanciona lei polêmica em Cuiabá

O prefeito em exercício de Cuiabá (MT), Júlio Pinheiro (PTB), sancionou no fim da tarde desta quinta-feira (14) o projeto de lei que cria a Agência de Regulação do Serviço de Saneamento Básico e Esgotamento Sanitário. A proposta tem sido alvo de críticas por parte dos funcionários da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), que causaram um tumulto nesta manhã contra a proposta.

O presidente do Sindicato dos Servidores, Ideueno Fernandes de Souza, disse que os 500 funcionários concursados estão com medo de perder os empregos caso a Sanecap seja privatizada, uma das propostas em discussão. Segundo ele, ficou definido em reunião com o prefeito que a lei que cria a Agência ainda carece de definição sobre qual será a forma de gestão: Parceria Público Privada, governo do estado ou concessão pública por até 30 anos para empresa privada, proposta que tem sido encarada como privatização pelos servidores da Sanecap.

Aprovação
O projeto foi enviado para apreciação dos vereadores por Júlio Pinheiro (PTB), presidente licenciado da Câmara, e atual prefeito da capital em exercício. Ele substitui até o próximo dia 18 o prefeito Francisco Galindo, do mesmo partido.

Na mensagem encaminhada à Câmara, Júlio Pinheiro alegou que a prestação dos serviços públicos de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto exige recursos materiais, financeiros, tecnológicos e de pessoal, dos quais, segundo ele, a administração municipal não dispõe.

Tumulto
Após tomarem conhecimento da aprovação do projeto há dois dias, cerca de 100 funcionários da Sanecap protestaram nesta manhã na Câmara de Vereadores de Cuiabá contra a medida. Na ação, eles danificaram a principal porta de entrada da Casa de Leis e jogaram moedas contra os parlamentares que participavam da última sessão ordinária antes do recesso de 17 dias que começa na sexta-feira (15).

Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, os servidores tentaram entrar no plenário para agredir os vereadores, mas cerca de 20 policiais militares conseguiram conter os manifestantes.