Após delegar poderes a vice, Chávez chega a Cuba para tratamento
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, desembarcou no início da madrugada deste domingo em Cuba, onde deverá continuar seu tratamento contra o câncer.
Acompanhado de sua filha, Rosa Virgínia, Chávez foi recebido no aeroporto de Havana pelo ditador cubano, Raúl Castro, e pelo chanceler do país, Bruno Rodríguez.
David Fernández/Efe | ||
Ao lado da filha, Rosa Virginia, Chávez cumprimenta o ditador cubano, Raúl Castro, ao desembarcar em Havana |
Na última sexta-feira (15), Chávez havia dito ter solicitado uma permissão ao Parlamento para viajar para Cuba e iniciar a segunda etapa de seu tratamento contra o câncer que inclui a aplicação de quimioterapia.
No sábado, o Parlamento aprovou, por unanimidade, a permissão solicitada pelo presidente que, há duas semanas tinha anunciado sobre a operação de um tumor cancerígeno em Cuba.
Chávez agradeceu a centenas de pessoas que saíram às ruas para se despedirem dele e lembrou que neste sábado, dia de Nossa Senhora do Carmo, tinha pedido para que ela continue "enchendo de vida" do povo venezuelano.
"Vou, estarei, virei e seguirei transitando nesta nova parte da minha vida. Me comprometo a seguir vivendo junto à nação venezuelana nestes tempos de ressurreição. Não é tempo de morrer, é tempo de viver, vida para todos", exclamou o presidente, que viaja para Cuba na companhia de sua filha Maria.
O presidente venezuelano não anunciou a data de seu retorno ao país. "Espero que não seja um período muito longo [de ausência]", disse.
VICE E DEBATE
Chávez deixará em Caracas um fortalecido vice-presidente. Na Venezuela, o cargo é de livre nomeação pelo presidente.
Jaua, ex-líder estudantil e considerado um dos "duros ideológicos" do governo, está no posto desde janeiro de 2010.
Além da prerrogativa de expropriar bens, o vice-presidente também aprovará a compra de divisas --estratégico num país com controle cambial-- e poderá nomear vice-ministros.
A viagem do presidente voltou a acender na Assembleia o debate sobre o status jurídico de Chávez durante sua estadia em Havana.
Integrantes da oposição voltaram a defender que a viagem do mandatário configurava "ausência temporária" e a posse automática do vice-presidente no cargo.
Os governistas insistiram que o presidente seguirá governando, pelo tempo que seja necessário, em Cuba, respaldado pela autorização de ontem.
O acalorado debate da Assembleia, então transmitido pelos canais estatais, foi interrompido pelo presidente Chávez, que ordenou a convocação da cadeia nacional de todas as rádios e TVs para transmitir a sua reunião com ministros.
A Venezuela acompanhou, quando autorizado por Chávez, as falas dos deputados --da situação e da oposição. Com tela dividida ao meio, se via a Assembleia e também os rostos de ministros e do presidente reagindo às declarações dos parlamentares.
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