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Polícia
Segunda - 18 de Julho de 2011 às 10:28
Por: ISA SOUSA

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MidiaNews
Delegada Alessandra Saturnino: cidadão deve ter consciência das ameaças feitas pela internet
Delegada Alessandra Saturnino: cidadão deve ter consciência das ameaças feitas pela internet

A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso registrou 300 crimes cibernéticos (ocorridos na rede mundial de computadores, a internet) nos cinco primeiros meses do ano, em Cuiabá e em Várzea Grande. Criada no final de 2011, a Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), da Polícia Judiciária Civil, é a responsável pelo setor no Estado.

De acordo com a delegada e coordenadora da Gecat, Alessandra Saturnino, apesar de o número de denúncias parecer alto, a estimativa é que a quantidade de pessoas que são alvos de crimes dessa natureza seja ainda maior.

"Os registros da Polícia Civil acabam não condizendo com a realidade e criando o que chamamos de "cifra negra". A quantidade de ocorrências que envolvem o meio digital, hoje, é muito maior que o número de ocorrências registradas e o número de vítimas efetivas, ficando difícil de ser especificado", disse, em entrevista ao MidiaNews.

Um exemplo de tentativa comum de crime na rede de computadores é o de e-mails pedindo dados pessoais como RG, CPF, contas de banco ou ainda ajuda financeira.

"Quem já não recebeu algum e-mail de banco que não era banco? Essa prática é a de alguém que tentou aplicar um golpe, uma tentativa de estelionato. Como isso ficou comum, a população ainda não criou uma consciência de que é importante registrar o Boletim de Ocorrência para que a Polícia possa investigar esse tipo de ação delitiva", alertou Alessandra Saturnino.

Segundo a delegada, a rede é ampla e não há um "público" mais ou menos atingido. O golpista sempre irá atacar a vulnerabilidade da vítima, o que, para quem é pai, por exemplo, pode significar repassar e-mails ou enviar dinheiro para pais de uma suposta criança desaparecida.

Crimes e legislação

Entre os principais crimes cometidos na internet, a delegada Alessandra Saturnino cita os de estelionato, furto mediante fraude, calúnia, injúria, difamação e ameaça.

Porém, diferentemente do que é alardeado, segundo a coordenadora do Gecat, hoje é possível adequar à legislação brasileira vigente os crimes cibernéticos, alguns inafiançáveis, apesar da mudança no Código de Processo Penal (CPP).

"Os crimes não mudam, o que muda é apenas o meio. Você pode praticar uma ameaça usando arma de fogo, usando um gesto e também através da rede mundial de computadores. Portanto, é possível adequar e punir os criminosos", observou.

Apesar disso, a busca por mudanças tramita na política brasileira. Desde 1999, o projeto de lei número 84/99, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), busca tipificar no meio tecnológico dispositivos para mudança e segurança. Outros projetos parecidos também passaram pelo Congresso Nacional, porém nada de concreto ainda foi realizado.

Cartilha

A Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), lançou, neste mês, uma cartilha com dicas de segurança para o usuário da internet.

Para acessar basta clicar aqui. 






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