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Segunda - 18 de Julho de 2011 às 13:45

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De terno, com o semblante bem sério, pensando alguns segundos antes de cada resposta e controlando-se nos momentos mais tensos. Assim foi o técnico Mano Menezes em sua coletiva de despedida da Copa América, nesta segunda-feira, em Campana, local de concentração da Seleção Brasileira durante a competição. O Brasil foi eliminado pelo Paraguai no domingo, depois de empatar por 0 a 0 e perder quatro cobranças na decisão por pênaltis.

Ainda prestigiado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o comandante canarinho afirmou que está confiante no seu trabalho e que no momento em que sentir que está perdendo o rumo vai avisar ao mandatário da entidade. Por ora, no entanto, Mano Menezes deixa a seguinte mensagem:

- O Brasil não vai chegar em 2014 cambaleando. Vai chegar firme. E se eu sentir que não tenho condições de fazer isso, eu vou dizer. Podem continuar criticando e elogiando. Mas me parece que a troca não resolve tanto. A Argentina tem trocado e não resolveu. Enquanto as coisas estiverem nessa direção, estou confortável.

O próximo compromisso da Seleção Brasileira será no dia 10 de agosto, contra a Alemanha, em Stuttgart. A convocação dos 23 jogadores para esse amistoso está marcada para o dia 25 de julho, no Rio de Janeiro. Confira, então, os principais tópicos da última entrevista coletiva do técnico do Brasil na Argentina.

Aprendizado para 2014
As competições são isoladas e o que na verdade fica de sentimento é que evoluímos internamente. Entramos de uma maneira e saímos melhor da Copa América. Digo isso porque é o comportamento obrigatório que precisávamos ter. Poderíamos não vencer, como não vencemos, mas temos de olhar para trás e ver evolução. O jogo contra o Paraguai foi disparadamente o nosso melhor. Criamos nove oportunidades claras de gol e mais três próximas disso. Se tivéssemos confirmado alguma delas, estaríamos aqui falando do grande desempenho. O treinador gosta de ganhar e o resultado é parte importante, mas não podemos desconsiderar, como muitos não desconsideraram, aquilo que fizemos no domingo.

Renovação da Seleção
Eu penso que nós fizemos uma transformação bastante grande nesse primeiro ano de trabalho. E há a necessidade de cuidado, porque quando se sai de uma competição como nós saímos a avaliação que se tem sobre os jogadores que chegaram não é a mesma se tivéssemos vencido. Vamos conviver com conceitos que até pouco tempo não acompanhavam alguns jogadores. Essa transformação é para proteger aqueles que têm potencial grande e vão chegar em 2014. Temos de tomar cuidado para não fazer nada apressadamente, porque sabemos por exemplos e experiências anteriores que o caminho é esse.

Desastre nos pênaltis
As cobranças de penalidade máxima foram algo a parte, que merece cuidados e interferências. Os jogadores escolhidos tiveram bom desempenho nos treinamentos e ao longo de suas carreiras tiveram referências em momentos importantes da carreira. Não entendo que tenha faltado controle emocional. Tivemos um agravante, porque o local estava péssimo. A grama levantava e tinha um buraco. Mas falhamos no momento das penalidades e não podemos esconder isso. Quando você erra quatro não tem muita justificativa.

Segurança no cargo
Vou ser criticado como todos os técnicos são quando não vencem. Sinto-me confiante naquilo que estou fazendo, porque acredito que estou fazendo certo. A direção da CBF tem muito claro o que precisamos fazer e vamos continuar até que pense diferente. Não precisa as pessoas ficarem preocupadas. O Brasil não vai chegar em 2014 cambaleando. Vai chegar firme. E se eu sentir que não tenho condições de fazer isso, eu vou dizer. Podem continuar criticando e elogiando. Mas me parece que a troca não resolve tanto. A Argentina tem trocado e não resolveu. Enquanto as coisas estiverem nessa direção, estou confortável.

Carência da camisa 9
Falar especificamente da camisa 9 é direcionar a alguns jogadores a missão de fazer gols ou direcionar a maioria das críticas. Não é dessa forma que conduzo o trabalho. O necessário é criar as oportunidades como criamos contra o Paraguai. Só paramos aos 30 minutos da prorrogação. É essa a transformação que devemos fazer e o gol será questão de tempo. Se continuarmos nesse ritmo, de forma cultural, vamos fazer muitos gols e não vamos sofrer como no domingo. Ficou um vácuo no ataque depois de algum tempo, mas agora temos de ter tranquilidade, encontrar jogadores e dar apoio para que lá na frente estejam preparados.

Mudanças na Seleção
A Copa América é uma referência no trabalho e etapa importante de avaliação, porque não teremos muitas competições oficiais. Ela segue os moldes da Copa do Mundo, guardadas as diferenças. As avaliações serão internas. As decisões serão tomadas, mas não vão levar em conta quem perdeu pênalti ou cometeu uma falha. Vai ser como um todo para não ser injusto.

Londres 2012
A Olimpíada de Londres é a próxima etapa marcante que temos, pois temos muitos jogadores da Seleção principal que podem estar nas Olimpíadas. O planejamento vai ser complexo porque não faz parte do calendário da Fifa. Tem de ter o consentimento do clube e estamos trabalhando isso. É continuar trabalhando na proporção que vínhamos fazendo e em determinados momentos aumentar os jogadores com idade olímpica nos amistosos, direcionando alguns adversários.
 






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