Rebeldes líbios dizem ter tomado o controle de Brega
Rebeldes líbios anunciaram nesta segunda-feira que tomaram o controle da cidade de Brega, uma das mais importantes do leste do país, depois de enfrentarem as forças aliadas ao coronel Muammar Gaddafi dentro da cidade.
Eles dizem que as forças leais a Gaddafi estão se retirando para a cidade de Ras Lanuf, a oeste, e que forças oposicionistas cercaram Brega.
O restante das tropas, cerca de 200 homens governistas, estaria entrincheirado em prédios industriais, segundo relatos.
Um porta-voz disse à BBC que parte das forças rebeldes têm dificuldades de manter a segurança na cidade por causa do grande número de minas colocadas pelas forças leais ao líder líbio na área.
Ainda não foi possível verificar de maneira independente as declarações.
O governo líbio nega que a cidade tenha sido tomada e insiste ter total controle sobre Brega, onde alega ter matado 500 rebeldes.
"Nós transformaremos Brega em um inferno mesmo que isto cause a morte de milhares de rebeldes, nós não desistiremos de Brega", disse o porta-voz do governo líbio Moussa Ibrahim.
Brega, que fica cerca de 750 quilômetros a leste da capital, Trípoli, mudou de mãos diversas vezes desde o início do levante popular contra o governo líbio, em fevereiro.
IMPASSE
O correspondente da BBC em Misrata, Gabriel Gatehouse, diz que se a vitória em Brega for confirmada, ela representará um grande avanço para as forças de oposição a Gaddafi.
Apesar da artilharia pesada das tropas do governo, os rebeldes vinham se aproximando da cidade pelo nordeste, leste e sudoeste, há alguns dias.
Por muitas semanas, o conflito líbio parecia estar em um impasse prolongado, com os rebeldes no controle do leste do país e bolsões de resistência aliada ao governo no oeste.
O coronel Gaddafi permanece entrincheirado em Trípoli, apesar dos bombardeios das forças da Otan na cidade.
A Otan está atacando as forças de Khadafi na Líbia com a anuência de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, sob a justificativa de proteger os civis líbios dos ataques do regime.
NECESSIDADE DE DEMOCRACIA
Também nesta segunda-feira, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que liderou uma missão de mediação do conflito líbio em nome da União Africana, disse que o país precisa de um governo democrático.
Durante uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro britânico David Cameron em Pretoria, Zuma disse que o povo da Líbia deve decidir seu próprio destino e que é preciso estabelecer condições para a saída de Khadafi.
Nos últimos dias, os Estados Unidos e outros países ocidentais e árabes reconheceram a oposição líbia como a "autoridade governamental legítima" do país e voltaram a exigir que Gaddafi e sua família deixem o poder.
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