Maluf tenta enquadrar vereadores do PSDB favoráveis à concessão

O presidente do PSDB da Capital, deputado Guilherme Maluf, vai assinar nesta semana um documento, se posicionando contra o modelo aprovado pelos vereadores e já sacionado pelo então prefeito em exercício Júlio Pinheiro, que reduz a Sanecap a uma estrutura mínima, cria uma agência de regulação e permite ao município fazer a concessão dos serviços de saneamento. Esse encaminhamento deve rachar ainda mais o ninho tucano, com possibilidade de voar pena para todo lado. Os dois vereadores do partido hoje na ativa, sendo eles Antonio Fernandes e Leonardo de Oliveira -, votaram favorável ao projeto. Agora, por força de decisão partidária, se vêem forçados a mudar de posição.
Para Maluf, que trabalha pré-candidatura a prefeito, é condenável a maneira como foi conduzida a proposta que ele define com “privatização” da Sanecap. Considera ter sido um caminho desastroso adotado pelo Palácio Alencastro e com apoio de quase todos vereadores. Lembra que a reação veio com o tumulto e quebra-quebra da Câmara Municipal promovido por servidores indignados e que se sentiram traídos.

Maluf dirá na carta-orientação que o PSDB não apoia a decisão de privatizar o setor de saneamento, embora seus vereadores tenham se manifestado o contrário. Ele considera o procedimento algo perigoso por três razões. Primeiro, porque entende que a forma foi antidemocrática. Segundo, lembra que o prefeito Chico Galindo não foi eleito diretamente pelo povo e está em fim de mandato. Terceiro, a concessão vai resultar na perda de ao menos R$ 300 milhões de recursos oriundos do PAC.

Para o dirigente tucano, o saneamento tem solução e deveria vir com a imediata revogação da lei da concessão, realizar plebiscito para a população cuiabana se manifestar, ampliar o debate e buscar alternativas como, por exemplo, parcerias público-públicas. Maluf diz que a prefeitura criou o problema e Câmara o ratificou. Afirma que faltaram tato, sensibilidade e respeito para com o direito do cidadão.