Na bronca com Galindo, presidente enquadra tucanos e quer CPI
Presidente estadual do PSDB, o deputado Guilherme Maluf defende que os vereadores de Cuiabá criem uma CPI para apurar a série de denúncias de suposto sucateamento “consciente”, feito pela gestão Chico Galindo (PTB), na Sanecap. A manobra, conforme os funcionários da companhia, serviria para justificar a entrega do sistema de saneamento da Capital à iniciativa privada. “Temos ainda que saber qual é o real patrimônio e as dívidas da empresa. Estou clamando por uma CPI”, afirmou Maluf, que é cotado para disputar o Alencastro.
Ele argumenta que a CPI é uma alternativa, assim como o projeto de iniciativa popular, com a coleta de assinaturas para revogar a lei aprovada na semana passada. A mensagem, que, inclusive, contou com o aval dos tucanos Antônio Fernandes e Leonardo Oliveira, autoriza o Alencastro a retomar o controle do saneamento de Cuiabá, cria uma agência reguladora e, de quebra, permite que o setor seja licitado e entregue a uma concessionária.
Para se criar a CPI são necessárias, ao menos, 7 assinaturas. A bancada do PSDB conta com 4 vereadores: Fernandes, Leonardo Oliveira, Roosivelt Coelho e Thiago Nunes. Na ala dos que se mostram contrários à concessão da Sanecap estão o petista Lúdio Cabral, que vai apresentar o requerimento para instalação da CPI, e Domingos Sávio (PMDB). “Não participei do fórum que debateu esse assunto porque não fui convidado. Vou tomar conhecimento e discutir com o meu partido”, adianta o peemedebista, que foi o único a votar contra o projeto encaminhado pelo então prefeito em exercício Júlio Pinheiro (PTB).
A última assinatura, que viabilizaria a criação da CPI, pode ser do pedetista Toninho de Souza, que nesta segunda (18) admitiu ter cometido um erro político ao ajudar a aprovar a proposta. Ao reconhecer o “equívoco”, ele assegurou que encabeçaria um movimento para revogar a lei. A proposta da CPI surge ainda em meio à pressão popular, o que pode “forçar” alguns vereadores a rever o posicionamento, sob pena de terem sérios prejuízos políticos.
De todo modo, enquanto o presidente estadual do PSDB já fala em rompimento com Galindo, nos bastidores há tucanos que esperneiam. Os parlamentares se mostram resistentes à ideia, principalmente porque teriam de entregar uma série de cargos. “Eu defendo isso. Não há condições da gente acompanhar a privatização da Sanecap”, dispara Maluf.
Na próxima segunda (25), membros da executiva municipal do PSDB vão se reunir com os vereadores e com os tucanos que integram o staff. A ideia é debater o assunto e, até mesmo, o realinhamento da legenda, que deixaria de compor a base do prefeito. “Tudo isso será discutido partidariamente”, garante Maluf.
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