Sem explicar irregularidades, Maia pede "força-tarefa" à União

Embora descarte a possibilidade de servidores da secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) terem sido omissos à irregularidade durante o processo de emissão de licenças para a implantação da PCH Bocaiúva, na região de Brasnorte, o secretário Alexander Maia afirmou que encaminhou as denúncias do agricultor David Perin à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e ao Ibama.

Juntos eles formarão uma força-tarefa que investigará o caso.

Segundo Maia, o agricultor vem denunciando as supostas irregularidades no local há 3 anos.

O secretário garante que todas as falhas encontradas foram sanadas, mas diante da insistência resolveu encaminhar o caso para que a União investigue. "Pode haver um erro involuntário. Somos todos humanos", pondera.

A iniciativa do secretário surgiu depois que Perin resolveu procurar o relator da CPI das PCHs, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). Ao democrata, além de citar as cerca de 20 suspostas irregularidades na concessão da hidrelétrica, ele acusou Maia de tentar intimidá-lo após os técnicos da Sema terem constatado que não havia nada de errado. Conforme os relatos de Perin, o secretário estaria irritado e teria ameaçado algemá-lo e encaminhá-lo até uma delegacia.

De acordo com a denúncia, entre os crimes ambientais que teriam sido cometidos durante a implantação da PCH Bocaiúva estão o aumento ilegal da área alagada, a destruição de 6,2 mil metros cúbicos de madeira nobre, além da destruição de uma nascente com a construção de uma estrada em terras do Incra.

A CPI chegou a agendar uma acareação entre o agricultor e os servidores da Sema e do Incra. O confronto das versões do ocorrido, no entanto, acabou não sendo realizado porque os funcionários da pasta estavam em greve. Apenas Perin foi ouvido. A nova data do encontro ainda não foi agendada. "Eu preciso do consentimento dos outros deputados para marcar o dia, mas nós estamos em recesso", explica Dilmar.