País enfrenta a maior seca em mais de 50 anos; ONU e EUA pedem mais segurança para entrega de suprimentos.
ONU declara crise de fome em partes da Somália
As Nações Unidas declararam crise de fome nas regiões de Bakool e Baixa Shabelle, no sul da Somália. Segundo a ONU, dezenas de milhares de pessoas morreram de causas relacionadas à desnutrição no país, que enfrenta a pior seca em mais de 50 anos.
"Secas consecutivas afetaram o país nos últimos anos, enquanto o conflito em andamento tornou extremamente difícil a operação das agências e seu acesso ao sul do país", dizia a declaração da ONU.
Grande parte do sul da Somália é controlada por rebeldes islâmicos do grupo Al-Shabab, afiliado à Al-Qaeda, que proibiu o envio de ajuda humanitária à região dois anos atrás.
A proibição foi parcialmente suspensa este mês, permitindo que agências pudessem entregar suprimentos à população, mas a ONU e os Estados Unidos dizem que os grupos armados ainda precisam dar garantias de segurança aos funcionários para que a ajuda chegue a todos aqueles que precisam.
"Temos uma presença mínima e fazemos visitas regulares ao país, mas precisamos de um acesso significativamente maior do que temos no momento para lidar com uma emergência deste nível", disse o porta-voz da agência para refugiados da ONU Adrian Edwards.
Desnutrição e morte
A crise de fome ocorre quando dois adultos ou quatro crianças por grupo de 10 mil pessoas morrem de fome a cada dia e 30% das crianças são seriamente desnutridas, situação que poderia ser vista hoje nas regiões somalis de Bakool e Baixa Shabelle.
As estimativas indicam que cerca de 10 milhões de pessoas no Leste da África foram afetadas pela seca, que levou dezenas de milhares de somalis a tentar fugir para Quênia e Etiópia.
"Se não agirmos agora, a crise de fome vai se espalhar para todas as oito regiões do sul da Somália nos próximos dois meses, devido a colheitas ruins e a epidemias de doenças infecciosas", disse o coordenador de ajuda humanitária para a Somália, Mark Bowden.
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