Casal de Rondonópolis desaparece
Completou 2 meses o desaparecimento do fazendeiro João dos Santos Rodrigues, 59, o "João da Draga" e da namorada dele, Dulcinéia Machado, 29, em Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá). A família dele, que mora no interior de São Paulo, critica a morosidade nas investigações em decorrência da greve da Polícia Civil. A publicitária Paula Mazzini, 33, sobrinha de João, disse que a família não tem mais esperanças de encontrar os 2 vivos, mas insiste que a Polícia deve investigar o crime para chegar aos autores e a motivação do crime. João trabalhou anos em garimpos no Estado, onde possui 2 propriedades rurais, além de terras no Pará. A última vez que ele e Dulcinéia foram vistos foi na tarde do dia 19 de maio, quando por volta das 14h30 deixavam a propriedade em Rondonópolis para ir até Poxoréu (251 km ao sul de Cuiabá). Mas não chegaram a ser vistos na região e nem entraram em contado com a família. A sobrinha afirma que em prazos de no máximo 3 dias João ligava para a mãe dela, que é irmã dele.
Como não conseguiu mais falar com João, a irmã seguiu com familiares de São José do Rio Preto (SP) para Rondonópolis, onde registraram o desaparecimento do casal. Segundo Paula, após o registro o delegado Henrique Meneguelo iniciou as investigações, pedindo inclusive a quebra de sigilo dos celulares de ambos.
Foi neste período que a família recebeu um telefonema de que em uma das fazendas da vítima, na região do Vale do Prata, uma pessoa estaria retirando o gado da propriedade. Os familiares seguiram até o local com a Polícia e foram informados de que a fazenda teria sido vendida por R$ 300 mil. A venda não foi registrada em cartório porque, segundo o suposto comprador, o fazendeiro queria se desfazer das propriedades e sumir para não deixar dinheiro para a família. A afirmação é repudiada pela sobrinha, que reafirma a boa relação do tio com familiares.
Cheques de terceiros que o fazendeiro desaparecido tinha em mãos começaram a ser depositados e, recentemente, uma multa de trânsito por ultrapassagem irregular em uma rodovia federal de Mato Grosso do Sul tornam o desaparecimento mais misterioso. A multa foi aplicada no veículo em que o casal foi visto pela última vez.
O delegado Meneguelo confirma que a investigação segue lentamente, prejudicada pela greve da Polícia Civil. Segundo ele, as informações obtidas até agora apontam apenas para o desaparecimento do casal. Ressalta que na época, a pessoa que disse ter comprado a propriedade, apresentou um contrato de compra e venda. Junto com ele, um advogado, que teria redigido a documentação, endossou as informações de que o fazendeiro queria sigilo na venda.
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