Petista do Ministério dos Transportes concentra ação no RS
Desde 2005, conforme levantamento da Folha, Caron fez 119 viagens oficiais pelo país, pagas pelo Dnit, para vistorias de obras e reuniões. Dessas, 82 (69%) tiveram como destino o RS.
Único petista na cúpula do Dnit, Caron é, desde 2004, o responsável pelas aprovações ou vetos a aumentos no valor de contratos em andamento. O governo já decidiu que não irá mantê-lo no cargo, principalmente depois de pressões do PR.
Caron disse que sua atuação se concentrou no Estado "por existir uma grande quantidade de obras de construção, pavimentação, duplicação e de obras de artes especiais de alta complexidade técnica de execução". Na nota enviada por sua assessoria, o petista afirmou que, "por ser conhecido no Estado, também foi muito solicitado para participar de reuniões proferindo palestras".
Na quarta-feira, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), defendeu Caron. "Eu conheço ele há 30 anos e duvido que o Hideraldo tenha cometido alguma ilegalidade por motivos dolosos ou interesses próprios", disse o governador.
Apesar da defesa, Tarso disse que, se fosse Caron, "sairia de lá [do Dnit] para ajudar" a presidente Dilma Rousseff a criar um novo ambiente na pasta.
Também na quarta-feira, o governo exonerou mais três servidores ligados ao Ministério dos Transportes. A pasta é alvo de suspeitas de corrupção após reportagem da revista "Veja", no dia 2 de julho, revelar um suposto esquema de pagamento de propinas em obras federais da pasta.
Ao todo, já somam 15 as demissões por causa das denúncias de superfaturamento e pagamento de propina envolvendo o ministério, a Valec e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), incluindo o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM).
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