Propina no Dnit pagou conserto de carro de amante, diz inquérito
Pelo menos 12 das 23 superintendências regionais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)são objeto de inquéritos do Ministério Público e da Polícia Federal, sob suspeitas que vão de benesses à amante de um dirigente no Ceará a pagamentos de "mensalão". No PI, empreiteira de irmãos do deputado federal Marcelo Castro (PMDB) recebeu do Dnit metade do que foi liberado para o Estado em 2010 - R$ 36 milhões. Em MT, um irmão do superintendente Nilton de Brito, mantém contratos de R$ 26 milhões com o órgão. Funcionários públicos, parentes e empreiteiras foram denunciados por procuradores da República no CE, em maio deste ano, sob a suspeita de fraudes no Dnit local. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A denúncia diz que empresas pagariam "mensalão" e teriam escritórios no Dnit. Segundo o inquérito, a empreiteira Delta pagou até o conserto de carro para uma pessoa classificada como amante de um supervisor do Dnit em Fortaleza. O esquema de propina fixa (5% sobre os pagamentos) teria ocorrido no RN, por suposta exigência dos dirigentes do Dnit, ligados ao PR e presos em 2010. No RS, a Procuradoria investiga o pagamento, por empreiteiras, de despesas de manutenção de unidades locais do Dnit. No AC, também sob comando do PT, três assessores do ex-governador e hoje senador Jorge Viana e quatro empreiteiros foram denunciados pela Procuradoria em 2009 por desvios de R$ 22,8 milhões. O Dnit informou que toma todas as providências necessárias em relação às suspeitas levantadas pelo MPF e pela PF.
Segundo o órgão, os servidores de carreira responsabilizados vão responder a processo administrativo. Sobre indicações políticas, o Dnit informou que as nomeações para as superintendências são feitas pelo ministro dos Transportes, com aval da Casa Civil. Quanto às investigações no RN e no CE, o Dnit disse que alguns dos envolvidos não são do quadro do órgão. O superintendente de MT nega ter beneficiado o irmão.
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