Mercado interno não corre risco de desabastecimento de milho
O diretor administrativo da Aprosoja e produtor de milho em Mato Grosso, Carlos Fávaro, avalia que o mercado interno não corre risco de desabastecimento por conta da redução na safra 2010/11 de milho safrinha no estado. “Os nossos estoques atendem a nossa realidade, porém, de forma equilibrada”. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o consumo interno do grão em Mato Grosso é de 2.2 milhões de toneladas.
O último levantamento do IMEA aponta que a produção mato-grossense de milho segunda safra fechará em 6.7 milhões de toneladas este ano, 10,7% menor em comparação à safra passada.
O diretor da Aprosoja ressalta que a quebra da safra pode elevar a rentabilidade do produtor, uma vez que a redução não ocorreu apenas em Mato Grosso. “Vale destacar que a produção de milho sofreu quebra não só em Mato Grosso, mas também na região Sul do país, atingida pelas geadas e outros fatores climáticos. O mercado tem se mostrado aquecido e a expectativa é que os bons preços se mantenham”. O preço médio comercializado no estado tem variado entre R$ 18 e R$ 21 a saca, respectivamente em Rondonópolis e Tangará da Serra.
Nesse contexto de bons preços, Carlos Fávaro revela que a estratégia é o produtor analisar os mecanismos de comercialização, como contratos antecipados e contratos futuros. “O mercado futuro é uma perspectiva de poder comercializar o milho antes de efetivamente efetuar o plantio. Mas é preciso cautela, pois esse tipo de transação tem oscilado muito nos últimos dias. Além de poder comercializar a safra atual é momento de tomada de decisão futura para garantir a viabilidade econômica da safra 2011/12”, revela.
As cotações mundiais sinalizam que o grão poderá manter a sustentação de preços, tornando-se uma boa alternativa para safra 2011/12.
Segundo informações do superintendente do Imea, Otávio Celidônio, o mercado atual revela que o produtor que optar por milho na próxima safra terá condições de obter bons níveis de rentabilidade, em função do cenário global e nacional, bastante ajustado para a oferta e demanda do cereal.
COLHEITA
A colheita nas lavouras mato-grossenses de milho safrinha segue em ritmo atrasado com relação à safra anterior. Espera-se que nas próximas semanas esteja concluída a colheita do grão em todo estado. O último levantamento do IMEA apresentou uma evolução de 22,2 pontos percentuais na semana, alcançando 66,8%. O destaque é a região médio-norte, com 82,2% da área plantada já concluída.
De acordo com Fávaro, o atraso na colheita ocorre por dois fatores. O primeiro está relacionado ao atraso no plantio da soja, em setembro do ano passado, por falta de chuva. Outra justificativa é a preferência pelo algodão para a produção da segunda safra. “Com esse atraso, o milho sofreu com a estiagem”.
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