Com equipamentos sofisticados, pacientes ainda não têm acesso
Em seis anos de existência, os funcionários do Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais (Ceospe) não têm muito o que comemorar. A instituição está com problemas sérios de falta de pessoal especializado e de acessibilidade para os pacientes receberem atendimento. A diretora Daniely Ceco do Lago conta que o elevador do local está há três anos sem funcionar e essa situação torna a vida dos pacientes muito difícil. O Ceospe possui equipamentos sofisticados para tratamento dos PNEs.
O atendimento no local é dirigido a portadores de necessidades especiais de média e alta complexidade na área odontológica. No entanto, todas as salas de cirurgia estão no segundo piso. Para chegar até lá não há rampas nem elevadores e os pacientes precisam ser levados no colo. Segundo a diretora, existem casos tão complexos que acabam sem atendimento por não terem condições de chegar ao outro andar. Daniely acredita que talvez o melhor fosse levar pelo menos uma sala de cirurgia para o térreo, para não depender tanto de terceiros.
Além disso, a diretora conta que há dois meses estão com apenas 50% da capacidade de pessoal. Ela diz não conseguir entender porque os profissionais que passaram na seleção do concurso ainda não foram chamados, já que a situação é tão crítica. “Só estamos com clínicos gerais, que são servidores de carreira, e técnicos de saúde bucal. Para atender outras áreas de grande complexidade não temos os especialistas”. Entre eles estão cirurgião dentista e maxilo-facial. Atualmente há 32 cadeirantes e 60 PNEs na fila de espera.
Outra questão abordada são os equipamentos de prevenção. As empresas que faziam a manutenção deles não tiveram os contratos renovados e muitos estão quebrados. Esse fato, reunido aos demais explicita o receio de Daniely de que o governo do Estado tenha outros planos para o estabelecimento. Ele poderia passar a gestão para o município ou ficar com uma Organização Social (OS) como está ocorrendo com os Hospitais Regionais de Mato Grosso.
O caso do elevador está sendo resolvido com a contratação de uma empresa. Para tanto, Daniely conta que tiveram que sair de empresa em empresa procurando interessadas. Nos três anos em que esteve parado, nenhuma havia se interessado em entrar no processo de licitação para fazer o serviço.
Outro lado
A assessoria do secretário de Saúde Pedro Henry informou que assim que ficou sabendo da situação do Ceope, entrou com pedido para consertar o elevador e disse que já deveria estar em funcionamento. O motivo do atraso na obra, porém, ninguém soube informar. O concurso para os profissionais especialistas está em processo de homologação, mas até o fechamento dessa matéria não havia conseguido obter informação sobre o prazo da contratação, assim como um posicionamento referente aos equipamentos precisando de manutenção.
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