Câmara de Campinas rejeita de novo afastamento do prefeito
A Câmara Municipal de Campinas rejeitou pela segunda vez, nesta segunda-feira, um pedido de afastamento do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o dr. Hélio (PDT), enquanto durar a comissão que investiga o pedetista e que pode resultar em seu impeachment.
Dos 22 votos necessários para aprovar o afastamento, a oposição ao prefeito obteve 18. Os 15 vereadores da base mantiveram posição favorável à manutenção do prefeito no cargo até a conclusão do relatório.
O afastamento do prefeito já havia sido rejeitado em junho, durante votação de proposta semelhante do vereador Valdir Terrazan (PSDB).
Alessandro Shinoda - 4.jan.2011/Folhapress |
Dr. Hélio de Oliveira Santos, prefeito de Campinas, enfrenta processo de impeachment na Câmara dos Vereadores |
Para o autor da proposta rejeitada nesta segunda-feira, Petterson Prado (PPS), o processo de votação foi válido para desgaste do governo. "Se deixássemos para ser apenas uma votação na apresentação do relatório, o prefeito ia ganhar de lavada. Mas, com os pedidos de afastamento, os vereadores vão sentindo na pele a cobrança da população", disse Prado.
ACUSAÇÃO
O prefeito é acusado pelo vereador Arturo Orsi (PSDB), autor do pedido de cassação, de ter sido omisso e negligente ao nomear para secretarias e diretorias da administração direta e indireta pessoas atualmente acusadas de corrupção, formação e quadrilha e fraudes em licitações.
O Ministério Público denunciou 22 pessoas, entre empresários e agentes públicos, após investigação que teve início na Sanasa (empresa mista de saneamento da cidade) e chegou a nomes próximos ao prefeito, como sua mulher e ex-chefe de Gabinete, Rosely Nassim Santos, e o vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT).
A defesa de dr. Hélio apresentou na tarde desta segunda-feira as alegações finais com argumentação contrária à cassação. Agora, a comissão formada pelos oposicionistas Rafa Zimbaldi (PP), Sebastião dos Santos (PMDB) e Zé do Gelo (PV) tem até 28 de agosto para apresentar o relatório final.
Caso a comissão entenda que há argumentos para o impeachment, serão necessários dois terços dos 33 votos para que dr. Hélio deixe o cargo. Seu advogado, Alberto Rollo, disse que o prefeito é inocente, não pode ser responsabilizado por eventuais atos irregulares praticados por seus auxiliares e não se omitiu.
"A denúncia que será julgada é peça de baixa política, oportunista, mal explicada (processualmente inepta), incapaz de detalhar atos ou omissões praticadas pelo acusado", escreveu o advogado, no texto apresentado hoje.
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