Reunião na APM discute hiperparatireoidismo primário
A Reunião Científica do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Associação Paulista de Medicina (APM) de 3 de agosto, das 20h às 22h, discutirá o hiperparatireoidismo primário (HPTP), distúrbio causado pela associação do cálcio sanguíneo elevado a um aumento inapropriado da secreção de paratormônio (PTH).
Segundo o dr. Nicolas Ahumada, médico residente de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP /EPM e dr. Murilo C. das Neves, médico assistente da Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP /EPM, o hiperparatireoidismo primário é uma doença comum, mas 90% dos casos ainda permanece sem diagnóstico, conforme apontam trabalhos recentes.
“A doença tem uma evolução insidiosa, com sintomas brandos, que podem passar despercebidos por anos. Mas o ideal é que o diagnóstico seja feito o quanto antes, para evitar complicações graves”, explica dr. Ahumada.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base nos níveis de cálcio e de PTH no sangue. “Vale ressaltar a importância da dosagem rotineira de cálcio para o diagnóstico precoce em pacientes minimamente sintomáticos e que não apresentam lesões de órgãos-alvo”, alerta dr. Ahumada.
A realização do diagnóstico é simples, explica dr. Ahumada. “Basta ao médico solicitar uma dosagem de calcemia junto aos exames de rotina do seu paciente, que deverá ser confirmada com uma dosagem do PTH”.
Sintomas e estatísticas
Atualmente, a maioria dos pacientes acometidos pela HPTP tem sintomas mais sutis, como fraqueza, cansaço, depressão e outros sintomas psiquiátricos como, alterações do sono, perda de peso, dores e fraqueza muscular, constipação, dores abdominais, dores ósseas e articulares.
Nos Estados Unidos, a estatística gira em torno de 27 casos para cada 100 mil habitantes; na Europa, esse número sobe para 3 a cada mil habitantes. Considerando somente o grupo de mulheres pós-menopausa (entre 55 e 75 anos), o valor é maior: 21 para cada mil, que representa quatro mulheres para cada homem, na Europa.
“Estudos baseados na dosagem rotineira de cálcio mostram uma incidência na população geral de até 0,3%, chegando a 1% no grupo de mulheres acima do 60 anos”.
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