Com prisão decretada pela Justiça, Alexsandro mudou de endereço e não avisou
Polícia procura vigia que matou o empresário Adriano
O segurança Alexsandro Abílio de Moraes, 23, réu confesso no assassinato do empresário Adriano Henrique Maryssael de Campos, já é procurado pela Polícia Civil. Agentes da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) não conseguiram cumprir mandado de prisão contra o vigia, decretado na terça-feira (2) pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Alexssando matou Adriano, que tinha 73 anos, com três tiros, no dia 22 de junho, no interior da agência do Banco Itaú, na Avenida Carmindo de Campos, na região do Coxipó, em Cuiabá. Ele fugiu do flagrante e se apresentou uma semana depois, mas foi liberado, pois sua prisão não havia sido decretada.
As diligências feitas pela DHPP, desde ontem, no endereço informado por Alexsandro, deram em nada. Os novos moradores da residência disseram aos policiais que não sabem do paradeiro do segurança.
O pai de Alexsandro, cujo nome não foi revelado, foi procurado pela equipe policial e disse não saber do paradeiro do filho. Ele se limitou a dizer que o filho está viajando, mas não soube dizer o destino, tampouco a data de retorno. O número de celular informado pelo segurança à Polícia também não atende às ligações.
A Polícia tem informações de que o vigia se mudou logo depois de ter prestado depoimento na DHPP, confessar a morte de Adriano e sair tranqüilamente pela porta da frente. Ele confessou ter disparado contra o empresário, por se sentir "humilhado".
Alexsandro de Moraes se beneficiou de uma das mudanças no Código Penal, fugindo do flagrante, que lhe garantiu a liberdade e a possibilidade de fuga -que, para os policiais, ocorreu assim que a prisão foi decretada.
O delegado Antônio Carlos Garcia, titular da DHPP, disse que ainda existe a possibilidade de o assassino de Adriano se apresentar.
"Ele não pode ser considerado foragido, pois ainda há formas de capturá-lo, ou aguardar a apresentação dele na delegacia. É provável que os advogados de defesa tentem derrubar o mandado de prisão, já que Alexsandro não cumpriu o acordo de se manter em residência fixa", informou Garcia ao MidiaNews.
O delegado disse ainda que as buscas irão continuar, respeitando as condições estruturais da Polícia Civil, que está atuando com apenas 30% do efetivo. Escrivães e investigadores estão em greve há mais de um mês.
O inquérito que apura a morte do empresário corre sob segredo de Justiça. Os advogados Janone Pereira e Oilson Reis, que defendem o segurança, não foram localizados para falar sobre o assunto. Eles estão em Brasília.
Comoção social
A morte do empresário Adriano chocou profundamente a sociedade cuiabana. Adriano foi executado com três tiros à queima-roupa: ele estava dentro da porta giratória na agência do Banco Itaú, na Avenida Carmindo de Campos.
Assim que atirou contra o empresário, o segurança Alexsandro Abílio roubou uma moto e fugiu do local do crime. Ele ficou escondido por cerca de uma semana e se apresentou, acompanhado de dois advogados, após ter passado o período de flagrante, usufruindo do benefício de responder em liberdade por possuir residência fixa, telefone e não haver existência de ações criminais em seu nome.
Alexsandro disse, em depoimento, que estava sendo vítima de discriminação por parte do empresário, cliente da agência, e que sempre era insultado. O motivo era a porta giratória, na qual o empresário, de vez em quando, ficava retido.
O vigia queixou-se que fez diversas reclamações à gerência do banco, tanto pelo problema da porta como também por parte do empresário, que o tacharia de "preguiçoso" e "lento", quando a porta travava.
O empresário Adriano era proprietário do restaurante que levava o seu nome. O estabelecimento, especializado em comida italiana, fica na Avenida Getúlio Vargas e é um dos mais tradicionais da cidade. Há uma filial do estabelecimento no Goiabeiras Shopping Center.
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