Senado aprova novos convites para ministros explicarem denúncias
O Senado aprovou nesta quinta-feira novos convites para ministros do governo Dilma Rousseff explicarem no Congresso denúncias de corrupção. A Comissão de Agricultura do Senado aprovou convites para ouvir os ministros Wagner Rossi (Agricultura) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), além do presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Celso Lacerda.
A oposição queria convocar os ministros, mas acabou convencida por líderes governistas para transformar o pedido em convite --o que os desobriga a comparecer ao Congresso para se explicar.
Em relação ao Incra e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, há a denúncia de negociações de membros do governo para a aquisição de lotes para fins de reforma agrária envolvendo ocupantes de cargos de confiança do Executivo.
No Ministério da Agricultura, a oposição quer esclarecer o suposto esquema denunciado pelo irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-diretor da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) Oscar Jucá Neto.
Ele disse à revista "Veja" que existe um consórcio entre o PMDB e o PTB para controlar a estrutura do Ministério da Agricultura com o objetivo de arrecadar dinheiro.
A aprovação de convites faz parte da estratégia da presidente Dilma Rousseff para que os ministros responsáveis por pastas onde há denúncias de corrupção prestem esclarecimentos ao Congresso --sem o desgaste de serem convocados. Na Câmara, cinco integrantes do primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff foram chamados a esclarecer as denúncias --todos também por convites.
INFRAESTRUTURA
Já a Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou convite para o ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) explicar as denúncias de corrupção na pasta que resultaram no afastamento do ex-ministro Alfredo Nascimento.
A comissão também aprovou requerimento que convida o diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, para esclarecer denúncia da revista "Época" que revelou a existência de um esquema de cobrança de propinas dentro do órgão.
A oposição tinha como objetivo convocar o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) para esclarecer as denúncias, mas o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) retirou o pedido depois que o senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) disse que a ANP é autônoma --por isso não era necessária a presença do ministro.
Na semana que vem, a comissão vai votar requerimento para convidar o ministro Mário Negromonte (Cidades) para também explicar denúncias de que a pasta libera recursos para obras classificadas como irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas da União), e que age a favor de empresas que, juntas, doaram cerca de R$ 15 milhões em 2010 para campanhas eleitorais do PP, partido que comanda o ministério.
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