União pode considerar VLT um "exagero" para Cuiabá
Os técnicos do Ministério das Cidades estão analisando o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entregue pelo governo do Estado na semana passada, porém apesar da expectativa de que o órgão dê uma resposta até esta sexta-feira (5), ainda não há data para uma definição. No entanto, o VLT pode ser considerado um exagero para Cuiabá devido a grande capacidade de transporte. Além do alto valor e da demora na obra que também podem ser considerados como ponto negativo para o modal em Cuiabá.
Caso a União não autorize a execução do VLT, o governador Silval Barbosa (PMDB) terá duas opções: a construção do Bus Rapid Transit (BRT) ou assumir 100% das obras do modal de trilhos. O problema é que a União não estaria disposta a aceitar a mudança devido ao valor do VLT, que seria, em tese o dobro do corredor de ônibus. No entanto, o governo tenta contrapor com as informações de que os gastos com as desapropriações ultrapassaria a obra do modal de trilhos.
Ainda assim, os técnicos analisam a viabilidade e o VLT pode ser considerado um exagero para Cuiabá diante da demanda da capital. Como argumento, o Estado alega o crescimento e o fato de pensar no futuro.
Outro ponto destacado pelo governo Federal é o fato do VLT correr o risco de não ficar pronto até a Copa do Mundo. No entanto, o Estado garante que o modal seria construído em 24 meses e a obra seria realizada em três turnos acelerando o processo, o que garantiria a conclusão do sistema em tempo do evento mundial.
A princípio, o presidente da Agência Executora dos Projetos da Copa do Mundo (Agecopa), Eder Moraes, havia declarado que o Estado poderia bancar a obra do VLT, no entanto, ele contava com os quase R$ 500 milhões liberados pelo governo Federal, já empenhados pela Caixa Econômica Federal (CEF).
Silval Barbosa já parece ter jogado a tolha e admite que caso não haja acordo com a União, o BRT será o modal construído em Cuiabá para a Copa do Mundo. Entretanto, quem não está gostando nada desta mudança é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), que é um ferrenho defensor do VLT.
Mesmo diante das conjecturas negativas, Riva realizará uma audiência pública, na qual pretende trazer especialistas dos modais de transporte. A data ainda não foi definida, mas o deputado já adiantou que não pretende desistir tão cedo do BRT. Ele informou ainda que diferente do montante de R$ 1,1 bilhão que se propaga, o VLT é infinitamente mais ágil, moderno, seguro e tem custo de R$ 696 milhões, para ser executado com folga. As declarações do parlamentar são baseadas no relatório da empresa sediada em São Paulo, TTrans, de Mássimo Giavina-Bianchi.
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