Brasil Foods retoma planos de aquisições no exterior
A Brasil Foods está novamente com planos de realizar aquisições de unidades de processamento de alimentos no exterior, passado o turbilhão envolvendo os órgãos de defesa da concorrência. A afirmação foi feita nesta sexta-feira pelo presidente-executivo da companhia, José Antônio Fay.
"Nós estamos com situação de caixa confortável. E a nossa grande oportunidade nesse momento é fazer aquisições de processamento de alimentos no exterior", afirmou o executivo, durante palestra em São Paulo.
A companhia, uma das maiores empresas de alimentos do Brasil, é a principal exportadora de carne de frango do mundo e já avaliou no passado avançar em internacionalização, como fizeram algumas empresas brasileiras do ramo.
Os planos de compras fora do país, no entanto, esbarravam na demora na aprovação da associação da Perdigão com a Sadia, que criou a empresa.
Após a BRF conseguir um acordo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no início de julho, Fay havia dito que a companhia teria condições, a partir daquele momento, de avançar nos investimentos.
Fay não quis dar mais detalhes sobre os planos de compras de empresas no exterior, mas disse que da mesma forma que o câmbio atual não beneficia as exportações de produtos da companhia, um dólar fraco frente ao real pode favorecer eventuais aquisições de ativos pela empresa no exterior.
"O cambio baixo que nos atrapalha a vender nos ajuda a comprar".
Ainda sobre o acordo no Cade, o executivo afirmou que a empresa realiza "um grande esforço de preparação" no momento, visando se desvencilhar dos ativos que o órgão de concorrência determinou que sejam vendidos.
A empresa trabalha com o banco BTG Pactual no planejamento da venda dos ativos, que incluem dez fábricas de alimentos, dois abatedouros de suínos, dois abatedouros de aves e oito centros de distribuição, entre outros bens.
RÚSSIA E CHINA
Fay comentou brevemente a situação da Rússia, um grande cliente que está impondo restrições a dezenas de unidades de processamento de carnes brasileiras.
Segundo ele, os movimentos de Moscou estão ligados à sua política externa, principalmente.
O executivo disse que havia uma expectativa no mercado de retomada das exportações para a Rússia em meados de setembro, antes da chegada do duro inverno russo no fim do ano, que congela os portos de desembarque, mas ele acrescentou ter dúvidas sobre se essa expectativa se confirmaria.
Sobre a China e a recente abertura do mercado do país para os suínos brasileiros, Fay relatou que a empresa ainda não fechou contratos para exportação, mas crê que o país será um "importante parceiro" no futuro.
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