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Internacional
Sexta - 05 de Agosto de 2011 às 22:51

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Com estoques em alta, a GM decidiu conceder férias coletivas por duas semanas a 300 empregados da fábrica em São José dos Campos (SP).

De acordo com a nota divulgada pela montadora, o objetivo é "adequar sua produção à demanda do mercado brasileiro".

As férias vão começar no próximo dia 22 e os funcionários devem retornar ao trabalho no dia 5 de setembro. No período, a empresa deixará de produzir 1.500 veículos.

A montadora tem 8.981 empregados na unidade, dos quais 8.536 são da área de produção e os demais (445) ligados à administração. No Brasil, a empresa possui 25.121 funcionários --20.081 na produção e 5.040 na área administrativa.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, divulgou nota em que afirma ver "com estranheza essa medida, visto que há duas semanas a direção da empresa garantiu que este ano não haveria férias coletivas na fábrica".

Para o sindicato, essa é uma estratégia da montadora para inibir os trabalhadores em meio à campanha salarial, iniciada ontem (4) com a entrega de pauta aos grupos patronais.

SETOR

Considerando todo o setor automotivo, os estoques de veículos atingiram em julho o equivalente a 36 dias de vendas, o que corresponde a 367.100 unidades armazenadas, segundo os dados divulgados ontem (4) pela Anfavea (associação das montadoras). Esse tempo é o maior desde junho de 2010, quando atingiu o mesmo patamar.

Lucas Lacaz Ruiz - 10.mar.10/Folhapress
Linha de montagem da GM em São José dos Campos (SP)
Linha de montagem da GM em São José dos Campos (SP)

O número é "normal" para o presidente da entidade, Cledorvino Belini, embora na entrevista coletiva anterior, ao comentar os dados de junho (33 dias), o executivo tenha dito que o nível estava perto do "preocupante". "Acima de 35 dias começa a pesar. O custo financeiro para [manter] estoque é muito alto", afirmou na ocasião.

A maior parte dos automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões está parada nas concessionárias, nas quais o estoque foi de 23 dias para 24. Na indústria, de 10 para 12.

"Para quem já viveu 60 dias em 2009 [durante a crise econômica], isso aqui é uma maravilha", completou. O executivo levantou a possibilidade de que essa elevação se deva ao fluxo de liberação dos produtos parados nas fronteiras, por causa das licenças não automáticas nas importações, ocasionando a entrada de uma grande quantidade de veículos de uma só vez. "Pelo que ouvi, ninguém está preocupado."

Para Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de Estudos Automotivos), "estoques desse tamanho são sempre preocupantes". Historicamente, afirma, giram em torno de 25 a 30 dias.

Procuradas ontem (4), as grandes montadoras informaram estar com níveis normais.

O setor registrou recordes de produção e vendas para meses de julho e no ano. No entanto, a expansão de 8,6% nos licenciamentos nos primeiros sete meses de 2011 foi puxada pelo crescimento dos importados (35,8%). 






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