Família de ambulante morto por policiais reclama do descaso oficial
Familiares do vendedor ambulante Gilson Silva Alves, morto em uma suposta ‘operação’ da Polícia Civil, há dois meses, que também resultou na morte dos policiais Edson Leite e João Osni Guimarães, reclamam do que classificam como descaso do governo do Estado.
Apesar do tempo corrido, até o momento, nenhum representante do Estado foi conversar com a família para dar assistência, uma vez que a vítima morreu em decorrência de um erro das investigações.
Gilson era quem sustentava a família, composta pela mulher e dois filhos, que agora passam necessidade. A viúva Joseane Carlos dos Santos, contou ao Olhar Direto, que eles estão morando na casa dos pais, onde ocorreu o "assalto" no bairro São Matheus em Várzea Grande, já que ela não trabalha e não há mais o salário do esposo.
Além das dificuldades financeiras, a família segue emocionalmente abalada e até o momento não teve nenhuma oportunidade de sequer conversar com um psicólogo. Para Paulo Anunciação Alves, o Estado, na pessoa do governador Silval Barbosa (PMDB), como chefe de Estado, tinha que obrigação de oferecer auxílio, já que Gilson foi morto por um erro de servidores públicos durante o serviço.
“Nós ajudamos a eleger o governador, votamos nele, e agora que precisamos, ele não dá nenhuma assistência pra gente”, reclama. Não bastasse o desamparo, Paulo diz ter medo da ação dos bandidos que, segundo ele, seriam sobrinhos de João Osni e que moram no mesmo bairro onde está a viúva e os sobrinhos. “Ficam querendo questionar como que um vendedor tinha carro, casa. A gente fica com medo”, salienta.
Relembre o caso
No dia 23 de maio deste ano, os policiais Edson Leite e João Osni foram até o posto 2006 na Rodovia dos Imigrantes, para cumprir uma investigação contra um ladrão de carretas. Lá, estava o então suspeito, Gilson Alves, que foi morto a tiros após um confronto com os policiais. Mais tarde, a versão de que o ambulante fosse o acusado pelo crime caiu por terra, e foi constatado que os investigadores cometeram um erro durante a abordagem.
A investigação sobre a operação desastrosa está parada, já que a PJC está em greve por tempo indeterminado. Funcionários do posto e familiares da vítima foram ouvidos, porém, a versão oficial da polícia consta que Gilson estava sendo investigado e ao avistar os policiais no posto, saiu correndo, entrou em luta corporal e acabou efetuando disparos. A delegada Sílvia Pauluzzi da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) está comandando o caso.
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