Campanha nos EUA busca estimular amamentação em público
Com o lançamento da Semana da Lactação, as autoridades de saúde dos Estados Unidos querem promover um hábito de reconhecidos benefícios para o bebê mas cuja prática em público levanta ainda uma grande polêmica entre quem defende como um direito e que encaram como algo obsceno.
Desde segunda-feira até amanhã, domingo, se celebra a Semana da Lactação em 170 países que, através da Declaração Innocenti, assinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Unicef em 1990, procura ressaltar os benefícios da amamentação para a saúde do bebê.
A Liga Internacional do Leite, que reúne mães pró lactação de mais de 70 países, reivindica a amamentação como um "direito constitucional" nos EUA e denuncia que em algumas cidades e estados se "segregue" as mães ao estabelecer locais determinados para que deem de mamar a seus filhos.
Enquanto os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, da sigla em inglês) exigem que os hospitais do país melhorem o apoio às mães para dar de mamar a seus filhos, as que amamentam em público não recebem apoio e, inclusive, são alvos de olhares reprovadores.
"Apesar de uma melhora nos hospitais em relação às práticas para ajudar as mulheres em seu início de lactação, é preciso melhorar muito neste sentido", advertiu Thomas Frieden, diretor dos CDC, em uma coletiva.
O que se deveria ser tratado como algo natural, segundo seus defensores, se torna polêmico em certos estados e setores sociais americanos que lançaram projetos de lei para limitar os locais de amamentação e penas para as mães que não respeitarem.
É o caso de Forest Park, uma localidade do estado da Geórgia, onde há alguns meses o Governo local tentou aprovar a proibição de amamentação em público a crianças maiores de dois anos.
Dezenas de mães lactantes se reuniram contra a Prefeitura para dar de mamar a seus filhos em grupo em protesto pela proibição e, no fim, conseguiram que a medida caísse.
Mas enquanto persistem as críticas entre alguns setores, em outros se trata de encorajar às mulheres a que alimentem a seus bebês da maneira mais natural possível. Inclusive o Congresso dos Estados Unidos, perante o aumento da presença de mulheres legisladoras, abriu nos últimos anos quatro salas especificamente destinadas à lactação materna nas instalações do Capitólio.
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