Desmoralizado, Pagot agora cuida das fazendas e voltará para Amaggi
Ele vinha numa carreira meteórica e sonhava até em ser governador. Começou atuando forte nos bastidores, se tornou o todo poderoso do governo Blairo Maggi e chegou à direção-geral do Dnit. Acabou denunciado por supostas irregularidades e despencou com a mesma velocidade com que subiu. Luiz Antonio Pagot vê as portas se fechar na vida pública. Vai ser acolhido agora pelo grupo empresarial do seu padrinho, o senador Blairo Maggi, mas no próximo ano. Até lá está aproveitando para se dedicar aos negócios particulares, especialmente às duas fazendas que possui.
Nos anos 1990, Pagot atuava como assessor do então deputado federal e senador Jonas Pinheiro (já falecido). Ao mesmo tempo, respondia pela superintendência da Hermasa Navegação da Amazônia, um das empresas do grupo de Maggi. Depois, coordenou as duas campanhas vitoriosas de Blairo para governador, em 2002 e 2006. Com a chegada da turma da botina ao poder, Pagot se transformou num trator, atropelou aliados e adversários, e ocupou os cargos mais importantes da administração, como de secretário de Infraestrutura, da Casa Civil e de Educação.
Em 2006, a empolgação de Pagot com as benesses do poder era tanta que ele próprio se lançou pré-candidato ao governo estadual, quando ainda estava no PPS, já que Maggi não sinalizava interesse em buscar a reeleição. Ficou isolado. Descobriu que havia se precipitado e que o projeto não havia "decolado". Recuou.
Mais tarde, Maggi entrou nas articulações e o indicou para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no segundo governo Lula. Já no PR, Pagot começava uma outra fase como trator na administração central. Apesar da atuação afoita e polêmica, ele caiu nas graças da então ministra Dilma Rousseff, que o convidou para coordenar sua campanha presidencial em Mato Grosso.
As coisas caminhavam como Pagot planejava até que, há um mês, "estoura" escândalo no Ministério dos Transportes e em outros órgãos vinculados à pasta, como o Dnit, com denúncias de irregularidades e até de mensalão do PR, garantido com pagamento feito por empreiteiras e empresas de consultoria para se beneficiarem de licitações fraudulentas. O nome de Pagot entrou como um dos supostos envolvidos. A presidente Dilma mandou demití-lo. Mesmo de férias, o ex-secretário de Maggi, quando percebeu que entraria na faxina geral, assim como outros 26, pediu para sair.
Queimado e com a imagem manchada, Luiz Pagot não tem mais força política para tirar do lugar o trator que ele dirigia com facilidade. Sai de cena e volta à iniciativa privada. Morreu politicamente como peixe, fiscado pela boca.
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