A queda diária de ontem foi a maior desde 22 de outubro de 2008, auge da crise financeira desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers, quando o Ibovespa caiu 10,18%, e acionou o "circuit breaker" pela última vez - regra que interrompe a negociação das ações por meia hora quando o índice atinge 10%.
As preocupações com a desaceleração global, que ganharam força após o rebaixamento da nota de crédito de longo prazo dos EUA pela Standard & Poor"s, na sexta-feira (5), não desapareceram. As fortes quedas dos últimos pregões, contudo, favorecem a busca dos investidores pelas ações.
Após registrar quedas acentuadas no início do pregão, as principais ações e bolsas europeias operam instáveis, oscilando entre altas e baixas. Perto das 10h35 (horário de Brasília), o índice FTSEurofirst 300, que mede as principais ações europeias, registrava queda de 0,21%. No mesmo horário, o índice FTSE 100, da Bolsa de Valores de Londres (Inglaterra), que chegou a cair cerca de 5%, chegou a ter leve queda e subia 0,18%.
O mercado americano abriu o dia em alta. As operações em Wall Street abriram com valorização, um dia depois da queda de mais de 5% no Dow Jones e um recuo de 6,90% no Nasdaq. Em poucos minutos após o início dos negócios, o Dow Jones aumentava 1,19%, para 10.938,44 pontos. O S&P 500 registrava valorização de 1,23%, aos 1.133,22 pontos. O Nasdaq subia 1,46%, marcando 2.392,04 pontos.
Cenário internacional
O destaque do dia é a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central americano, nesta tarde. O mercado está atento à possibilidade de a autoridade monetária anunciar uma nova rodada de estímulo para o país.
Estão em pauta, ainda indicadores referentes à China. A inflação do país segue em níveis elevados. O índice de preços ao consumidor subiu 6,5% no mês passado, na comparação com um ano antes, a maior em três anos. O resultado veio na sequência da alta de 6,4% em junho, também no comparativo com igual período do exercício anterior.
A inflação no atacado marcou 7,5% em julho, no confronto anual, acima da taxa de junho, que correspondeu a 7,1%, mas em linha com as expectativas.
A produção industrial da China cresceu 14,0% em julho, na mesma base de comparação, o que representa uma desaceleração ante o aumento de 15,1% registrado em junho. O resultado ficou abaixo das previsões de analistas. Por fim, as vendas no varejo chinês expandiram-se 17,2% em julho.
Na Europa, as discussões sobre a crise fiscal seguem agitadas. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, insistiu nesta terça-feira que os governos sejam responsáveis e reforçou a necessidade de que os Estados diminuam seus déficits e implementem as medidas acertadas no mês passado.
O recado foi dirigido especialmente aos governos da Itália e Espanha, para os quais Trichet pediu o retorno à normalidade na situação orçamentária.
Trichet comentou que o BCE está atuando nos mercados sencundários de dívida, mas não deu detalhes. Operadores ouvidos por algumas agências de notícias deram conta ontem, por exemplo, que a autoridade monetária europeia comprou bônus italianos e espanhóis.
Balanços
Na cena corporativa brasileira, o destaque do dia parte do Banco do Brasil, que registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 38,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, a América Latina Logística (ALL) encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido contábil consolidado de R$ 185,6 milhões, o que representa um avanço de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, quando reportou ganho de R$ 154,9 milhões.
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