Acusado de matar prefeito diz ter rixa com vítima, mas delegado desconfia

O motivo da morte do prefeito de Novo Santo Antônio (1.200 km ao Nordeste de Cuiabá), Valdemir Antônio da Silva, o Quatro Olhos, pode estar relacionado a uma rixa com um dos suspeitos presos. No entanto, a tese ainda não é bem aceita pela polícia, que desconfia que os dois acusados tenham sido pagos para executar o chefe do Executivo.

Em depoimento, Luciano Vieira, 31, preso no domingo (7) em Bom Jesus do Araguaia (983 km ao Nordeste de Cuiabá), informou que convidou Alexandre Silveira Barbosa, 35, o Magrão, para matar o chefe do Executivo por uma desavença existente entre o prefeito e ele. O segundo suspeito foi preso na segunda-feira (8) em Nova Xavantina (645 km a Leste de Cuiabá) e ainda nega participação no crime.

Porém, Magrão levantou suspeita da polícia, pois começou a comprar móveis e até uma moto Twister e agora terá de explicar como conseguiu o dinheiro. “Ele estava com um dinheiro gastando. Essa história de rixa não cola. Nós estamos trabalhando a hipótese de crime encomendado”, completou o delegado de São Felix do Araguaia, Wiliney Borges, responsável pela investigação.

Magrão que já tem uma vasta ficha policial será interrogado novamente pelo delegado nesta terça-feira (9). A arma do crime ainda não foi localizada. Quatro Olhos foi assassinado em sua residência dia 23 de julho na frente dos filhos menores com três tiros. A família do peemedebista acredita em crime político e suspeita de envolvimento do vice-prefeito Geraldo Freitas (PTB) e do ex-prefeito João Mara, que eram adversários de Quatro Olhos.

Curiosamente Geraldo assumiu e nomeou João Mara para secretário de Saúde e na segunda-feira (8) demitiu a viúva Raimunda Noleto. O petebista, que esteve nesse final de semana em Barra, jura inocência e garante não ter nada a ver com a morte do peemedebista. O novo prefeito já concedeu entrevista anunciando que em breve irá lançar um pacote de obras em Novo Santo Antônio município de 2,8 mil habitantes, de acordo com último censo.

Um primeiro suspeito havia sido preso em Ribeirão Cascalheira (900 km a Leste de Cuiabá) logo depois do crime, mas após o exame de balística constatou-se que a arma encontrada com o acusado não seria a usada na execução. Ele só não foi solto porque responde por um assalto realizado no município onde foi preso.

Em menos de 15 dias, Mato Grosso teve dois prefeitos assassinados. O outro foi o prefeito de Nova Canaã do Norte. Antônio Luiz Cesar de Castro, 44 anos, executado com seis tiros na noite da sexta-feira (5), durante uma festa. Diante da violência, a Associação Mato-grossense dos Municípios realizou uma manifestação na manhã desta terça-feira (9), em Cuiabá, para cobrar providências.