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Polícia
Terça - 09 de Agosto de 2011 às 14:59
Por: RAFAEL COSTA

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Edson Rodrigues/Secom-MT
Luizão, de Nova Canaã, durante assinatura de convênio com Silval: morte aumenta temor entre colegas
Luizão, de Nova Canaã, durante assinatura de convênio com Silval: morte aumenta temor entre colegas

Após a morte de dois prefeitos, no curto espaço de 15 dias, a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) coordenou, nesta terça-feira (9), um movimento no qual prefeitos de todos os municípios assinaram documento exigindo mais segurança por parte do Estado.

O documento, exigindo melhor aparelhamento da Segurança Pública, será assinado pelo Ministério Público Estadual (MPE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT) e Assembleia Legislativa. O auditório da AMM foi marcado pela presença de vereadores e prefeitos de vários municípios, exigindo rígidas providências do Estado.

O presidente da AMM e prefeito de Acorizal (62 km ao Norte de Cuiabá), Meraldo Sá (PR), afirmou que o Estado vive um clima de insegurança pública, onde nem mesmo as autoridades estão sendo respeitadas.

"A sociedade está convivendo em um sistema de alerta de emergência. A morte dos prefeitos não deixa de ser um crime político, porque atinge o gestor. Não estamos defendendo somente a categoria, mas a sociedade, que está ameaçada pela onda de crimes", disse Meraldo.

Nas últimas semanas, foram executados a tiros o prefeito de Nova Canaã do Norte, Antônio Luiz Cézar de Castro, o Luizão (DEM), e o prefeito de Novo Santo Antônio, Valdemir Antônio da Silva (PR), o "Quatro Olho", morto a tiros na própria residência.

Por motivação política, mais prefeitos de Mato Grosso estão ameaçados de morte. Em Colíder, Celso Banazeski (PR) revelou que, recentemente, foi alvo de ameaça de morte.

  • "Há 60 dias, a janela da minha casa foi alvejada por tiros e recebi vários telefonemas ameaçadores. Tudo leva a crer que ocorreu por causa do despejo de uma rua. Registrei Boletim de Ocorrência e pedi investigação da Polícia Civil que está apurando o caso", declarou o prefeito.

    Por outro lado, o prefeito de Santa Terezinha, Domingos da Silva Neto (PP) criticou o sucateamento da estrutura da Segurança Pública no interior de Mato Grosso.

    "O Estado precisa dialogar com prefeitos do interior para conhecer a realidade e formular um plano de Segurança Pública. No meu município, são 7 mil habitantes e apenas dois policiais militares e dois policiais civis. A delegacia mais próxima está a 120 km de distância. Isso é inaceitável", disse.

    O prefeito de Colíder, Celso Banazeski, também revelou um quadro preocupante em seu município. "São apenas 9 policiais militares para cuidar de 34 mil habitantes. Os pedidos de aumento no efetivo são recusados porque o Estado alega falta de efetivo", afirmou.

    Mais ameaças 

    Em Alto Boa Vista, o prefeito Wanderley Perin (PR), que assumiu o cargo após a cassação do adversário Aldecides Milhomem (DEM), pela Justiça Eleitoral, sofria ameaça de morte por meio de telefonemas anônimos e, agora, anda escoltado por policiais patrocinados pelo Estado.

    Em Lambari D"Oeste, a prefeira Maria Manea da Cruz (PP) permaneceu vigiada por seguranças, nos últimos meses, após a Polícia Civil desmantelar uma quadrilha de pistoleiros que tinham o plano de matá-la. 

    "Faroeste caboclo"

    Representando a Assembleia Legislativa, o deputado estadual Dilmar Dal"Bosco (DEM) afirmou que o governador Silval Barbosa (PMDB) está pagando pelo descaso de governos anteriores.

    "Em oito anos, Blairo Maggi pouco investiu no setor e o que se assiste hoje é um déficit no efetivo da Polícia Militar, que reflete em todos os municípios. O momento é de apreensão e está se instalando um faroeste caboclo em Mato Grosso. Não podemos viver numa terra sem lei, onde sequer autoridades são respeitadas. Não se pode esperar tragédias para tomar providências", disse o deputado.






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