Só ando escoltado e minha família está num local seguro, diz Perim
O prefeito de Alto da Boa Vista, Wanderley Perim (PR), foi um dos chefes do Executivo que reclamaram de ameaças de morte durante o manifesto realizado na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), nesta terça (9). O republicano afirma que a Justiça lhe concedeu proteção policial e sua família já não vive mais no município. "A partir de hoje só ando escoltado por dois homens do Governo e minha esposa e filhos estão num local seguro", revela.
Segundo ele, as ameaças tiveram início ainda antes de assumir a prefeitura, no início de junho, quando o democrata Aldecides Milhomem foi cassado por abuso de poder econômico.
Na época, Perim chegou a registrar um boletim de ocorrência com base em relatos de um morador, que registrou no celular uma conversa em que o vereador Juraci Rezende Alves (PHS) teria afirmado que poderia mandar matar o novo prefeito.
Quase dois meses após o incidente, Perim revela que as ameaças se intensificaram. Ele acredita que o motivo seja a investigação que têm sido feita nas contas da prefeitura. Conforme ele, o prejuízo deixado por Milhomem chega a R$ 4 milhões. Entre as dívidas estão contas de energia elétrica, repasses ao INSS que não foram efetuados, além de registro de compras quitadas, mas sem que o produto chegasse ao município. "As ameças são de pessoas ligadas à administração passada, que temem complicações junto à Justiça com esses dados sendo levantados", afirma o republicano.
Segundo Perim, desde sua posse no comando da cidade, Milhomem não foi mais visto. "A informação que eu tive é que ele e a esposa foram morar na fazenda deles em São José do Xingu, mas os irmãos e o restante da família continuam em Alto Boa Vista", relata.
O impasse entre o republicano e o democrata teve início ainda durante a eleição de 2008. Foi Perim quem denunciou à Justiça Eleitoral a suposta fraude nas contas de campanha de Milhomem. Ao assumir a cidade, o atual prefeito ainda fez uma série de denúncias. Ao todo, ingressou com três ações civis públicas e um pedido de sequestro de bens. Milhomem, por sua vez, acusa o adversário de ter falsificados os balancetes da campanha que culminaram na cassação do mandato pelo TRE. A manobra, segundo o democrata, teria sido possível porque ambos contrataram o mesmo contador durante o pleito.
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