Ideli diz que Dilma desconhecia mandados de prisão no Turismo
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse nesta terça-feira (9) que a presidente Dilma Roussef não tinha conhecimento da realização da Operação Voucher, da Polícia Federal, que resultou na prisão de 35 pessoas ligadas ao Ministério do Turismo.
Um dos presos é o secretário-executivo da pasta, Frederico Costa.
"Nós todos fomos surpreendidos hoje pela manhã quando na reunião que teríamos com ela [Dilma] para preparar o ato e o fechamento do acordo sobre o Super Simples no Palácio. Eu não tive informação anterior e não tenho nenhuma notícia de que alguém tenha tido informação anterior."
Ideli defendeu a "apuração rigorosa" das denúncias no ministério comandado pelo PMDB, com Pedro Novais, mesmo admitindo que, na época das supostas irregularidades (2009), quem estava no controle da pasta era o PT.
O ex-ministro Luiz Barretto, que antecedeu Novais no cargo, era secretário-executivo de Marta Suplicy (PT-SP), ex-ministra do Turismo que deixou a pasta em 2008.
"O ministro Pedro Novais não teria tido participação nesse convênio. Eu espero que as investigações que estão em curso pela Polícia Federal apontem única e exclusivamente quem tem a responsabilidade ou culpa", afirmou.
Ideli disse que os responsáveis devem ser punidos independentemente de sua filiação partidária. "Quem cometeu qualquer ato ilegal deverá ser punido, por isso a gente acompanha a investigação."
A ministra disse esperar que toda a operação da PF tenha sido realizada "dentro da legalidade", sem abusos.
PMDB
Ideli se reúne na tarde desta terça-feira com a bancada do PMDB no Senado, mas negou que o encontro tenha ligação com a operação da PF na pasta comandada pelo partido. A ministra disse que já tinha programado visitas com bancadas de partidos aliados na Casa, inclusive o PMDB.
"Tivemos operação com a prisão de inúmeras pessoas que têm ligações partidárias, no plural. Portanto, estamos aguardando o desenrolar dos acontecimentos."
A ministra disse que o governo vai acompanhar os desdobramentos da operação e cumprir suas determinações, como ocorre com "decisões judiciais".
Ao tentar minimizar a operação, Ideli disse que o foco do governo neste momento é a crise econômica internacional. "Isso é a nossa principal preocupação. Por mais grave ou sério que algum outro problema aconteça, em hipótese alguma podemos desviar o foco central, as medidas que o governo vem adotando para conter a crise", disse.
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