A crescente presença de garimpos clandestinos em Mato Grosso tem preocupado agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), pois a exploração ilegal, que normalmente ocorre no interior da floresta amazônica e próxima a rios, pode aumentar a devastação do bioma.
De acordo com Ramiro Martins-Costa, superintendente do Ibama em MT, já ocorre o monitoramento de áreas no estado que fazem fronteira com o Pará. Nesses locais foi registrada movimentação de pessoas em direção a sete municípios, onde funcionariam garimpos clandestinos de ouro e outros metais preciosos.
“Temos a informação de que há um grande deslocamento de pessoas e de maquinário para essa região. A nossa previsão é que deverá haver uma alta na quantidade de campos de exploração. Por conta disto, já estamos nos preparando para dar uma resposta”, afirmou o superintendente.
Segundo Martins-Costa, que não divulgou o nome das cidades com maior ocorrência de garimpos, homens das Forças Armadas, que desde abril estão no estado participando de uma operação contra o desmatamento, serão deslocados para esta região.
TV Globo)
Desmatamento
Mato Grosso foi responsável por desmatar
670 km² de floresta de janeiro até junho, segundo informações do sistema de monitoramento de Desmatamento em Tempo Real da Amazônia Legal (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Desde então foi montado um gabinete de crise pelo Ministério do Meio Ambiente e foram realizadas operações pelo Ibama para conter a derrubada ilegal da floresta.
A vegetação nativa tem sido derrubada em benefício de atividades agropecuárias no estado, considerado o segundo maior produtor de grãos do país.
Segundo a instituição, 8 mil metros cúbicos de madeira em toras foram apreendidas entre abril e julho, foram realizadas 26 prisões e embargadas áreas equivalentes a 540 km².
Para Martins-Costa, uma das possíveis causas do aumento no desmate em MT foi a implantação do Zoneamento Ecológico, legislação que disciplina o uso de recursos naturais. Sancionada em abril pelo governador Silval Barbosa (PMDB), a lei precisa passar pelo crivo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
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