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Quinta - 24 de Outubro de 2013 às 17:30

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 A carioca Eduarda Maria , 41, é conhecida por uma infinidade de apelidos: Marrentinha, Help (referência ao sobrenome Socorro), Duda e Bofinho. Entre todos, o mais popular é o último, por conta da dupla sertaneja lésbica As Bofinhas, que ela criou junto com a paulista de Araraquara Aline Criscolin , 24.
 
A dupla surgiu no final de 2012, quando Eduarda pediu para um amigo criar uma imagem dela com a amiga Aline para postar no Facebook. “Foi tudo espontâneo. Fizemos a montagem, escrevemos que era a primeira dupla sertaneja lésbica e de repente todo mundo começou a pedir música, mas a gente não tinha nada gravado”, relembra ela, rindo.
 
A solução encontrada foi procurar o amigo compositor Marcos Fernandes e pedir autorização para gravar a música “A Onda Agora é Só Ficar” ("Quando me falam de namoro eu pulo fora, hoje em dia ninguém quer se amarrar, esse negócio de namoro e casamento já era, a onda agora é só ficar."). A canção foi a primeira a refletir o espírito da dupla. Sobre possíveis namoradas, as duas fogem do assunto: “Tem e não tem, se fala o nome de uma as outras ficam com ciúmes”, confunde Eduarda.
 
Quando o interesse pela dupla ficou maior do que o ambiente do Facebook, eles decidiram olhar mais atentamente para o público e a mídia. Viram que tinha chegado o momento de investir, e gravaram em maio o clip da canção “Mexe Gostoso” (a letra diz: "Arrocha pra frente e pra trás, deu água na boca, tô querendo mais"). Apesar da gravação feita em estúdio profissional, o resultado não foi o esperado: a repercussão ficou aquém do que elas imaginavam. Então partiram para o Plano B: pegaram uma câmera e gravaram elas mesmas o vídeo de “Saindo do Armário”. E assim chegou a hora e a vez das Bofinhas.
 
Pode me chamar de sapatão, eu não ligo não
 
Publicado em outubro deste mês, o clipe caseiro já conta com mais de 100 mil visualizações . A canção, que foi escrita por Fabio Fogosa a pedido da dupla, retrata as experiências comuns a muitos LGTBs, e fala tranquilamente da orientação sexual: “Pode me chamar de sapatão, eu não ligo não, eu assumo que sou gay”
 
Apesar da forma leve com que retratam a orientação sexual, o caminho percorrido não foi sempre tranquilo. Aline, que é evangélica e começou a cantar na igreja, sofreu preconceitos ao se assumir. “Minha mãe também é evangélica, não me criticou mas implicava com tudo. Meu irmão parou de falar comigo quando cortei o cabelo.” A saída do armário aconteceu quando ela tinha 17 anos e hoje a relação familiar é sem stress.
 
Eduarda afirma não ter tido tantos problemas em casa. “Minha mãe não gostava muito, mas meu pai sempre foi muito bacana, perguntava se podia pegar as minhas mulheres, de tão gostosas que elas eram”, relata. Mas ela também passou por momentos tensos. “Um homem já me segurou o braço na rua, me ameaçando, teve amigo virando a cara. Eu não ligo.”
 
Vivendo a vida como eu sempre sonhei
 
Sempre contando com as redes sociais para buscar exposição, a dupla passou a ser procurada para dar dicas sobre o universo lésbico, o que levou a novos planos. “Queremos escrever um livro dando dicas. O povo chama a gente no Facebook e pede ajuda para sair do armário, dicas de como pegar mulher, coisas relacionadas a sexo”, conta Eduarda.
 
Prestes a se formar no curso de Direito, Aline pretende manter a dupla que, junta, grava na próxima quinzena o clipe da canção “Dá Uma Chupadinha”, além de cumprir agenda de shows para a divulgação do CD “Saindo do Armário”.
 
“Queremos inovar, trazer coisas diferentes não só para os gays, mas para os heteros também. Mas queremos principalmente ajudar muita gente a sair do armário, porque como a gente fala na música, ‘eu tô vivendo a vida como eu sempre sonhei’. E olha: quanto mais gay melhor pra gente, porque sobra mais mulher”, encerra Eduarda.

 

 

 




Fonte: DO IG

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