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Polícia
Quinta - 11 de Agosto de 2011 às 16:23

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MidiaNews/Reprodução
Wesley Santos foi baleado e esfaqueado durante rebelião de presos; causa é mistério
Wesley Santos foi baleado e esfaqueado durante rebelião de presos; causa é mistério

Mesmo com a ausência de sangue nos dois "chuços" (armas artesanais confeccionadas com pedaços de metais, em forma de faca) utilizados para matar o agente prisional Welsey da Silva Santos, ainda prevalece o laudo de necropsia que confirmou que ao menos dois golpes foram responsáveis pela sua morte. 

Wesley foi assassinado no dia 19 de junho passado, durante uma rebelião na Penitenciária Central do Estado, no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá.

O resultado do exame, realizado pelo Laboratório Forense, aumenta a dúvida em relação ao motivo do assassinato do agente prisional, uma vez que o laudo de necropsia aponta perfuração de arma artesanal, embora a vítima tenha sido atingida por tiro de escopeta, que, no entanto, não teria sito fatal.

O laudo de necropsia, no entanto, confirma que o detento Uenes Brito dos Santos, 23, que estava segurando o agente, morreu em consequência de tiros calibre 12, disparados por policiais militares do Grupamento de Contenção.

O atestado de óbito do agente prisional constatou morto por tiros, mas o laudo, confeccionado dias depois, mudou totalmente o rumo das investigações ao afirmar que foram perfurações de chuços, e não tiros, a causa da morte de Wesley.

Diante da situação, a Polícia Civil pensou em pedir exumação do cadáver, mas, como haviam sido colocado vários produtos químicos para que o agente prisional fosse enterrado em outra cidade, o novo exame ficaria prejudicado.

O laudo é assinado pelo médico-legista Jorge Caramuru e tem sido motivo de polêmica, na medida em que busca isentar os policiais militares de culpa pelas mortes.

A delegada Anaíde Barros, que investiga o caso, acredita que os chuços entregues podem não ser os utilizados pelos criminosos. “Pelo menos esses dois periciados, que tem aparência de faca e que nos foram entregues, não foram usados para matar o agente prisional”, disse.

As imagens do circuito interno, que foram periciados, ainda não estão na mesa da delegada, mas quem já viu garante que não aparece arma artesanal alguma. 

Os policiais estão centrando os trabalhos nas imagens que mostram o momento em que os presos se rebelaram, bem como o disparo de tiro de grosso calibre, feito por um dos policiais do Grupamento de Contenção da PM.

“A expectativa de é que apareça nas imagens o chuço usado para perfurar o agente e quem provocou o corte. O autor do crime, com certeza, não correu levando a arma do crime”, observou um policial que participa das investigações.

A delegada Anaíde Barros já ouviu os envolvidos – os 30 presos que estavam no raio 3 onde ocorreu a rebelião, assim, como os agente prisionais e os policiais militares.

Os militares do Grupamento de Contenção negam que tenham atirado contra os presos. Conforme o boletim de ocorrência da tentativa de rebelião, eles atiraram para “locais neutros” – como para o chão e parede para intimidá-los, uma vez que as balas de borracha não conseguiram conter os detentos.

Uma das hipóteses é que esses fragmentos tenham atingido não só o preso como o agente prisional, como outros dois detentos – Nilton José de Almeida, que já foi liberado e está numa das celas, e Marco Antônio Pereira da Silva, que ficou internado no Pronto-Socorro de Cuiabá e já retornou para oa penitenciária.






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