Mulher diz que guarda do local puxou freio de mão do carro e ameaçou sacar arma
Família francesa diz que foi ameaçada por segurança
Uma família de franceses denunciou ontem ao MidiaNews que foi ameaçada por um segurança do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Liliane Testa Leilan, brasileira naturalizada francesa, disse que viveu momentos de "tensão" no acesso ao Véu de Noiva, localizado a 50 km de Cuiabá, na manhã de ontem (10). Leilan acusou o segurança de a ter empurrado e ameaçado sacar seu revólver.
Liliane, que é natural de Uberlândia (MG) mas mora na França há 17 anos, contou que veio passar férias no Brasil com o marido Erick e um casal de filhos, Luic e Amaéle, de 10 e 9 anos, respectivamente. No roteiro, escolheram alguns pontos turísticos de Mato Grosso.
"Eu queria visitar o Véu de Noiva. Então, cheguei e o portão [da primeira guarita] estava aberto. Eu entrei, parei o carro em uma parte de cimento e perguntei para o guarda como deveria proceder. Ele já me encarou falando que não podia entrar no local e eu tinha que tirar meu carro do local", disse.
Conforme a turista, o segurança, cujo crachá identificava apenas o seu prenome, como sendo "Francisco", informou que o parque estava fechado, em função das obras da Copa do Mundo, e que não haveria exceção para entrada de visitantes.
"É um absurdo! Eu venho do outro lado do mundo, chego a um ponto turístico e o encontro simplesmente fechado. Ele (segurança) começou a me encarar novamente. Falei para chamar algum responsável, e ele falou que não atenderia ao meu pedido. Um outro rapaz, que estava próximo, foi chamar alguém e o guarda falou para ele não ir. Enquanto isso, ele entrou no meu carro e abaixou o freio de mão para tirar veículo. Meu marido e meus filhos estavam dentro do veículo. Foi minha filha de 9 anos que puxou o freio de mão para o carro parar", afirmou.
Liliane, então, falou para o guarda não "encostar" no carro e mais uma vez ele desceu o freio de mão e a filha novamente puxou para o carro parar. Em seguida, segundo ela, o segurança ameaçou tirar o revólver do coldre.
"Ele veio para trás, desabotoou o local onde fica a arma e ficou me olhando ‘forte", encarando. É um absurdo chegar nesse ponto. Eu não tenho arma, eu não ameacei de passar para o outro lado. Eu parei o carro, que estava desligado. Eu estava fora do meu carro e ele pega e ele empurra o carro e ainda ameaça tirar a arma? É uma frustração muito grande".
Ela disse também que foi empurrada pelo segurança do parque. "É um absurdo. Meu marido e meus filhos ficaram com medo", disse.
Outro lado
O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), órgão ligado ao Governo Federal e responsável pelo Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, afirmou que desconhece o tratamento que o segurança do local teria dado à Liliane Testa Leilan.
Segundo o ICMBio, na terça-feira (8), a família entrou em contato por telefone com o Parque, e foi informada que o mesmo estava fechado desde o dia 1º de julho.
Conforme a analista ambiental, Priscila Amaral, o fechamento foi amplamente divulgado.
"As pessoas que não estavam cientes do fechamento, que se planejaram antecipadamente e tem chegado ao Parque não terão exceções. De qualquer forma, nós explicamos os motivos para a família de Liliane, que insistiu que queria ver o Véu, porém indicamos outros atrativos. Não é só o Parque Nacional que existe, há outros locais. Ela foi embora e nós mesmos orientamos a registrar um boletim de ocorrência".
Em página do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, os motivos pelo fechamento estão da seguinte forma: "A partir do dia 1 de julho o Véu de Noiva está fechado à visitação por tempo indeterminado devido ao término do contrato dos monitores e da inviabilidade de sua renovação imediata".
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