Ex-coordenador do PAC acredita que perda de recursos foi proposital
Longe de chegar ao seu capítulo final, a novela sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujas obras estão paralisadas há dois anos na Capital, ganha uma nova página. A polêmica votação sobre o projeto de lei do prefeito Chico Galindo (PTB) que permite a concessão da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) reabriu as discussões sobre o assunto. Um dos pontos mais levantados pelos que lutam contra a medida é a perda dos recursos do governo federal, pactuados por meio do PAC I, na ordem de R$ 238 milhões e ainda, a possibilidade de contratar mais R$ 75 milhões do PAC II para obras de saneamento na Capital mediante a privatização da Sanecap.
Em agosto de 2009, sob o comando de Wilson Santos (PSDB), após a operação Pacenas, deflagrada pela Polícia Federal, que detectou irregularidades nos processos licitatórios para a contratação das empresas responsáveis pelas obras do programa.
Desde o início do ano, o Estado vem tentando assumir as obras em Cuiabá e Várzea Grande, inclusive com aporte de recursos próprios, para que os municípios não percam os recursos, mas até agora, o governador Silval Barbosa (PMDB), não conseguiu aval do Ministério das Cidades para dar andamento às obras.
Diante do impasse, Galindo defende que a possível concessão seja o caminho mais rápido para resolver os problemas da população que sofre com deficiência no abastecimento de água e falta de esgotamento sanitário. No entanto, o ex-coordenador do PAC em Cuiabá, Aparecido Alves, o Cido (PSDB), acredita que o prefeito seja o principal responsável pela perda de recursos.
Segundo Cido, mesmo antes dos debates sobre a concessão, a prefeitura já vem perdendo recursos federais. “Na prática, isso já vinha acontecendo, acredito eu, propositalmente, pois o prefeito desmontou a equipe administrativa do PAC”, ressaltou, manifestando seu descontentamento com a postura de Galindo e do presidente da Câmara, Júlio Pinheiro (PTB).
Ele revela que em março deste ano o prefeito demitiu o engenheiro civil que era responsável pela coordenação dos trabalhos técnicos na Capital, mostrando a falta de interesse do poder público no programa. Em um discurso diferente dos vereadores tucanos, como Paulo Borges e Edivá Alves, que defendem a concessão alegando que o PAC não passa de promessa, ele reforça a divisão interna no partido parabenizando o Governo por tentar assumir as obras.
O descontentamento foi tamanho que Cido, que é secretário-executivo do diretório estadual do PSDB, cobrou do presidente do diretório de Cuiabá, deputado licenciado Guilherme Maluf, uma postura mais rígida e a realização de uma reunião para debater o projeto de lei que permite a concessão da Sanecap, que conta com parecer favorável de toda a base tucana na Câmara.
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