Companhia de Saneamento da Capital registra dívida milionária junto à concessionária desde 2003
Sanecap deve mais de R$ 100 milhões à Rede Cemat
Um dos principais "algozes" da crise administrativa que assola a Sanecap é a dívida que a empresa possui com a Rede Cemat. Desde 2003, segundo dados oficiais da empresa concessionária de energia elétrica, a Companhia de Saneamento da Capital tem uma dívida de aproximadamente R$ 100 milhões em valores não-corrigidos.
Desse número, ao longo dos anos, a Sanecap já fez o pagamento de pequenas quantias que sequer compensam os valores de juros e correção monetária que devem ser atribuídos ao montante da dívida.
Somadas as dívidas herdadas da extinta Sanemat, quando o serviço era estadualizado, esse valor salta para mais de R$ 200 milhões.
O sucateamento administrativo da empresa é um dos principais argumentos utilizados pelo prefeito Chico Galindo (PTB) na tentativa de justificar o projeto de lei que autorizou a Prefeitura a abrir edital de licitação para escolher uma empresa para gerir os serviços de água e esgoto, sob modelo de concessão. O projeto, entretanto, está suspenso por determinação da Justiça.
Na opinião do vereador Lúdio Cabral (PT), que se declarou totalmente contrário ao processo de concessão, o sucateamento da empresa é resultado de falta de gestão técnica e politização da administração da Sanecap. Para ele, o sucateamento, agora, é usado como justificativa para aprovar a concessão sem discussão com a sociedade.
"O que se vê é que há anos a Sanecap é usada para fins políticos. Vários diretores que passaram por ali não tinham perfil técnico. A empresa sempre foi utilizada para fins eleitorais. E agora vem o prefeito dizer que o sucateamento da empresa é justificar para se entregar a Sanecap para a iniciativa privada", questionou o parlamentar.
Na avaliação do petista, esse argumento só fortalece a sua tese de que a empresa precisa, na verdade, de uma gestão séria e comprometida com o bem comum . "Se a Sanecap está sucateada é por conta dos maus gestores que passaram por ali. Não é possível que uma empresa que arrecada R$ 8 milhões por mês não consiga se manter, sem contar os recursos do PAC que estão por vir para fazer grandes investimentos", completou Lúdio.
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