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Cidades
Sexta - 12 de Agosto de 2011 às 23:33
Por: Alline Marques

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Pedro Sakamato, juiz da Vara de Direito Agrário, foi responsável pelo acordo entre americanos e fazendeiros
Pedro Sakamato, juiz da Vara de Direito Agrário, foi responsável pelo acordo entre americanos e fazendeiros

O casal americano Edmund e Thereze Zanine, que assinou hoje um acordo com 13 famílias para receber indenização por uma área de 40 mil hectares, saiu do país após ter a casa metralhada na década de 1970, quando os cinco filhos ainda eram crianças. O atentado teria sido motivado por grupos de pessoas que tentavam tirar os 149 mil hectares adquiridos pela família na região de Sorriso (420 km ao Norte de Cuiabá).

De acordo com o advogado dos americanos, Ruben M. Seidl, no dia do atentado um bilhete foi deixado na casa do casal dizendo que as crianças ainda eram muito pequenas para morrer e a família deveria deixar o país. Assim, Edmund retornou os Estados Unidos e o inquérito da tentativa de homicídio acabou sendo arquivado já que a polícia não conseguiu chegar aos autores do crime. 

Apesar da pressão sofrida, o advogado contou ainda que o casal resolveu continuar brigando pelas suas terras no Brasil, que estava sendo comercializada por uma colonizadora. Três pessoas ligadas a tal empresa acabaram condenadas por fraude e estelionato, dentre elas um médico Este grupo havia conseguido uma procuração falsa e por meio do documento conseguiu lavrar a escritura em cartórios e vender para as famílias que estão no local atualmente.

O juiz Pedro Sakamoto, titular da Vara do Direito Agrário da Comarca de Cuiabá, é quem acompanha o processo e assinou o acordo entre o casal americano e as 13 famílias na tarde desta sexta-feira (12). Ele conta que os produtores foram lesados pela colonizadora e possuíam documentos legalizados da posse das terras.

“Quem estava lá não agiu de má-fé e não invadiram as terras. Eles foram lesados e as pessoas que fraudaram os documentos já foram condenadas”, afirmou o magistrado.

Nadir Suculotti mora na área há 27 anos e representou as famílias beneficiadas pelo acordo. O produtor contou que desde 1998 associou-se aos vizinhos e lutam para conseguir um termo de compromisso com os americanos e agradeceu a paciência do juiz Pedro Sakamoto, que por muitas vezes, esteve em Sorriso para que houvesse um entendimento entre ambas as partes.

De acordo o magistrado, foram realizadas ao menos cinco audiências. Após muitas conversas o acordo foi firmado e é inédito no país. O advogado do casal, Ruben Seidl, informou também que as outras famílias já começaram a procurá-lo para buscar o entendimento. 
 






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