Ricardo Monteiro afirma que fato não é novo e está sob análise do TJ/MT
Advogado diz que Justiça do ES foi induzida a erro
O advogado Ricardo Monteiro, que representa a defesa do empresário Júlio Uemura, preso na tarde de quinta-feira (12) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), garantiu que não há nenhum fato novo que justifique a prisão de seu cliente.
Segundo ele, prisão expedida pela Justiça do Estado do Espírito Santo tem como argumento o mesmo objeto da ação penal que já transita na Justiça de Mato Grosso, o que caracterizaria duplicidade de processo.
"Ele (Uemura) não pode ser preso pela Justiça de outro Estado, por um fato que já está sendo investigado pela Justiça de Mato Grosso. A lei não permite isso", explicou o advogado.
Segundo Monteiro, um pedido de revogação de prisão já foi protocolado junto ao juiz da Comarca de Venda Nova do Imigrante (ES). Ele explicou que, devido a feriados locais, esse pedido ainda não foi apreciado pelo juiz da cidade.
Monteiro disse que a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo foi baseada no relato do advogado de defesa de uma das supostas vítimas, depois que o MPE de Mato Grosso já havia iniciado os trabalhos de investigação.
"A Justiça errou. E não errou por sua própria culpa. Ela foi induzida a erro por um advogado de uma suposta vítima que, maliciosamente, denunciou o mesmo fato ao Ministério Público Estadual do Espírito Santo, enquanto o processo já estava correndo aqui em Mato Grosso. Isso é ilegal", afirmou o advogado, destacando que a promotora do ES também foi induzida ao erro.
Ele afirmou que prova cabal de que o objeto dos dois processos é o mesmo é o fato de que as testemunhas arroladas pelo MPE do Espírito Santos são as mesmas que foram ouvidas pelo Gaeco de Mato Grosso. "Até as testemunhas são as mesmas. Não há absolutamente nenhum fato novo nesse pedido de prisão", disse o advogado.
A prisão
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, prendeu, no fim da tarde de quinta-feira (11) o empresário Julio Uemura.
O empresário do ramo de atacadista já havia sido preso, há pouco mias de um ano, acusado de chefiar uma quadrilha que dava golpes em fornecedores.
Ele é empresário do ramo de hortifrutigranjeiro, em Cuiabá. A ordem de prisão foi decretada pelo juízo criminal da comarca de Venda Nova do Imigrante, Estado do Espírito Santo que encaminhou uma solicitação de cumprimento ao juízo da décima segunda vara criminal de Cuiabá.
A decisão judicial tem como fundamento a garantia da ordem pública, da ordem econômica e por conveniência da instrução criminal, uma vez que Uemura praticou diversos golpes em empresários e produtores rurais do Estado do Espírito Santo, acarretando um prejuízo em torno de R$ 2 milhões.
A ação do Ministério Público do Estado do Espirito Santo foi um desdobramento da operação Gafanhoto, realizada em fevereiro de 2009 pelo Gaeco, na qual o empresário e outras 29 pessoas foram presas e denunciadas como pertencentes a uma sofisticada organização criminosa que atuava em vários Estados da Federação.onforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo, Uemura é acusado da prática dos crimes de estelionato, receptação qualificada, formação de quadrilha, crime contra ordem econômica e lavagem de dinheiro.
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