Borges descarta nova liderança
A volta dos vereadores Paulo Borges e Edivá Alves, ambos do PSDB, à Câmara no início de agosto tem sido apontada como uma manobra do prefeito Chico Galindo (PTB) para fortalecer sua base aliada no Legislativo depois da polêmica votação do projeto de lei que prevê a concessão da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).
A matéria aprovada a toque de caixa, sem uma prévia discussão com a população, foi parar na Justiça e é alvo de manifestação popular. Na última quinta (11), os vereadores tiveram que encerrar a sessão devido à revolta da população que lotou o plenário. O projeto deve voltar ao Legislativo nos próximos dias e, devido à repercussão, alguns parlamentares que aprovaram a proposta de Galindo em julho já pensam em mudar seus votos.
Desta forma, Borges e Edivá, que integravam o staff do prefeito nos comandos das secretarias municipais de Infraestrutura e de Trânsito e Transporte Urbano, respectivamente, e pertencem à ala tucana favorável à manutenção da aliança com o petebista, são cotados como os principais nomes para ocupar o posto de líder do Executivo na Casa. Hoje, a cargo está nas mão de Everton Pop (PP), que não tem se mostrado muito à vontade na função.
Edivá ficou dois anos fora da Câmara, enquanto Borges deixou o Legislativo no final de setembro do ano passado, justamente quando ocupava o posto de líder do Executivo, papel que desempenhou na gestão Wilson Santos (PSDB) e manteve quando Galindo assumiu o Palácio Alencastro.
Agora, ele descarta a possibilidade de retomar à função. “Não pretendo mais ser líder do Executivo. Já dei minha parcela de contribuição a Wilson e Galindo e acho que a prefeitura está bem representada com Pop na liderança”, destacou Borges.
Contudo, um dos principais motivos para deixar de lado a tarefa é o desgaste junto aos colegas. Em junho, os vereadores se reuniram para “pedir a cabeça” de Borges exigindo que Galindo o tirasse do comando da Seminfe. Para isso, se derramaram em críticas à postura do então secretário, que não esconde que ficou abalado. “Meu relacionamento com alguns vereadores ainda está estremecido, por isso, teria até dificuldade de ser um bom líder”, reconhece.
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