Pela 2ª vez, tribunal suspendeu a sessão, que voltará em 5 de setembro. Sem transmissão ao vivo, processo se vinculará ao de ex-ministro egípcio.
Julgamento de Mubarak é adiado novamente, e será a portas fechadas
O julgamento do ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, foi novamente suspenso nesta segunda-feira (15), e adiado para o próximo dia 5 de setembro.
O processo dele passará a ser vinculado ao do ex-ministro do Interior egípcio, Habib al Adli, como pedia a acusação.
O juiz, Ahmed Refat, expressou sua decisão ao suspender a segunda sessão do julgamento histórico. Refat decidiu ainda que a próxima sessão não será transmitida ao vivo como vinha correndo até o momento, com o intuito de "proteger o interesse público".
Do lado de fora da corte, muitos egípcios criticaram a decisão. "É um absurdo! O caso é necessário para a opinião pública. Não transmiti-lo ao vivo significa que houve um acordo com Mubarak", disse o engenheiro Sherif Mohamed.
O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak é acusado de corrupção e envolvimento na morte de manifestantes durante um levante popular em janeiro. No dia 3 de agosto, quando Mubarak compareceu para a primeira sessão de seu julgamento, a audiência foi então adiada para esta segunda.
A emissora estatal do Egito mostrou Mubarak sendo transportado em uma maca para a sessão desta segunda, no Cairo, como já havia ocorrido na primeira sessão.
O ex-presidente chegou ao tribunal em um helicóptero, trazido do hospital onde estava internado desde 3 de agosto. Ele foi então levado a uma cela com seus dois filhos, que também respondem a acusações de corrupção.
Mubarak e seus filhos Alaa e Gamal se declararam inocentes na primeira sessão em que foram julgados. "Nego completamente as acusações", declarou Mubarak, que já havia comparecido ao tribunal em uma maca, antes que seus filhos tomassem a palavra para rejeitar as acusações.
Como já havia ocorrido no dia da primeira sessão, conflitos entre apoiadores e antagonistas ao governo de Mubarak ocorreram nas ruas de Cairo nesta segunda (15), perto da corte onde o ex-presidente era julgado (Foto: AP)A promotoria acusou Mubarak de ter concluído um acordo com o ex-ministro do Interior Habib el-Adli, que também está no banco dos réus, para matar "de maneira premeditada" os manifestantes que, em janeiro e fevereiro, protestaram contra o regime no Cairo e em várias províncias egípcias.
Além disso, a promotoria acusou Alaa e Gamal Mubarak de corrupção. No momento de tomar a palavra para negar as acusações, os filhos de Mubarak seguravam um livro, provavelmente um exemplar do Alcorão.
Mubarak renunciou em 11 de fevereiro, depois de 18 dias de protestos populares na praça Tahrir, nos quais cerca de 850 pessoas foram mortas.
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