Movimento grevista continua em MT; sindicato diz que não vai recuar
Policiais e escrivães aguardam proposta na terça-feira

Ao contrário das greves que tiveram fim durante a última semana, os investigadores e escrivães da Polícia Civil de Mato Grosso garantem que vão continuar de braços cruzados, até que consigam um acordo que beneficie as duas categorias.

Os profissionais estão no aguardo de uma nova proposta salarial da Secretaria de Estado de Administração, que deve ser entregue até terça-feira (16). A reunião será acompanhada por deputados estaduais, que intermediam as negociações.

O presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves da Silva, disse ao MidiaNews que os profissionais continuam em greve geral e que o retorno ao trabalho da Sema e Detran não serão combustíveis para que a categoria retorne ao trabalho.

"O nosso movimento esta forte, os profissionais estão levando a sério a greve. O término da greve da Sema e Detran não interfere em nossa posição. Vamos até o final nessa negociação, para que os profissionais sejam valorizados", afirmou.

Os servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) já retornaram aos trabalhos.

A greve

A greve dos investigadores e escrivães começou no dia 1º de julho e durou 13 dias. A paralisação foi suspensa durante uma semana, para que o Governo pudesse apresentar uma proposta de reajuste salarial.

Os únicos trabalhos mantidos em 100% são das prisões em flagrante, retirada de corpos de vias públicas e residências, bem como a transferência de presos.

A greve geral dos escrivães e investigadores tem refletido diretamente no andamentos inquéritos. Somente na Delegacia Especializada de Proteção a Pessoa, já se acumulam mais de 500 processos de investigação.

O sindicato da categoria, o Siagespoc, avaliou a proposta enviada pela Secretaria de Estado de Administração, via e-mail, como "vergonhosa" e "indecente".

Segundo a tabela enviada pela SAD, a partir de dezembro de 2011, o salário inicial seria 2.460 e, o final, para classe E, nível mais alto da carreira policial, R$ 6.231. Já a partir de maio de 2012, o inicial seria R$ 2.706 e o final, R$ 6.854.

Em maio de 2013, os escrivães e investigadores passariam a receber R$ 2.976 e R$ 7.539. No mesmo mês do ano seguinte, 2014, os salários seriam R$ 3.274 e R$ 8.293, inicial e final, respectivamente.

A categoria almeja um salário inicial de R$ 3.460 para já e a possibilidade de atingir o teto de R$ 10.900 até o ano que vem.