Vendas registram 9,37% de crescimento
O Dia dos Pais teve um crescimento de 9,37% nas vendas, comparado com igual período de 2010, segundo o banco de dados da Câmara de Dirigente Lojistas (CDL Cuiabá). “A expectativa foi dentro do que esperávamos, pois estimamos cerca de 4% acima da inflação”, aponta o presidente da CDL, Paulo Gasparoto.
Para Gasparoto é uma boa notícia, tendo em conta o aumento de juros. “O varejo avança, apesar das medidas de contenção da inflação, lembrando que estes altos juros corroem o poder aquisitivo do brasileiro e também influencia para redução no consumo, prejudicando as empresas”.
Juros - Durante o primeiro semestre de 2011, as famílias brasileiras pagaram R$ 85,2 bilhões em juros. Os dados foram levantados pela pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). O montante representa a 65,91% dos R$ 129,3 bilhões do que as famílias para de juros durante 2010.
O resultado se deve ao aumento do volume de empréstimos, mas, principalmente, ao ciclo de alta na Taxa Selic e as medidas chamadas macro prudenciais de restrição ao crédito adotadas pelo Governo. No primeiro semestre de 2011, a taxa média de juros para pessoas físicas, passou de 40,6% ao ano para 45,4%, culminando em um crescimento de R$ 7,8 bilhões pagos em juros.
Os altos juros consomem o orçamento das famílias, diminuindo o dinheiro circulado no comércio de bens e serviços, que aquece a economia, e amplia os recursos para as empresas investirem em modernização inovação e capacitação. As empresas por sua vez gastaram com juros até agora R$ 65,1 bilhões, o que equivale a 62% dos R$ 105 bilhões que foram pagos pela classe durante 2010. O total de jutos pagos pelas famílias e empresas é de R$ 150,3 bilhões.
O presidente da CDL alerta que a Taxa Selic hoje está em 12,42% ao ano, mas no mercado esses são praticamente os juros mensais. Conforme Gasparoto, as altas taxas de juros prejudicam a movimentação do comércio e dificulta possíveis ampliações de empresas do ramo. “Com os juros altos os consumidores se dispõem menos a comprar, o faturamento do comércio cai e prejudica toda uma cadeia. Por outro lado, quando o consumo está em alta, os estabelecimentos comerciais têm a possibilidade de investir em expansão, o que gera emprego e renda para uma grande parcela da população”.
O dirigente lojista é enfático ao afirmar que as medidas que coíbem o consumo retarda um avanço em diversas camadas. “Somente com a expansão das empresas é possível romper com a baixa empregabilidade, que acarreta na baixa renda de milhares de famílias”. E completa “os números são claros e comprovam o que digo. Se parte a renda das pessoas é consumida por essa alta taxa, sobra muito menos para circular no comércio e o endividamento, ou seja, comprometimento da renda familiar chega a níveis preocupantes”.
Gasparoto acrescenta que “as cobranças de juros nas taxas praticadas hoje pelo mercado às pessoas físicas são uma transferência compulsória do bolso do trabalhador para a rede de agentes financeiros que não se sabe por que enriquecem seus resultados às custas do suor do trabalhador”. (Com CDL-Cuiabá) I.B
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