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Política
Terça - 16 de Agosto de 2011 às 00:04
Por: Leandro J. Nascimento

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Dois casos de ameaças a juízes que atuam em Comarcas do interior de Mato Grosso, na região Norte, são monitorados pelo Tribunal de Justiça do estado (TJMT). As denúncias foram encaminhadas ao Judiciário há pelo menos 15 dias e o presidente da Corte, desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, determinou que a Coordenadoria Militar e o setor de Inteligência do Poder Judiciário façam o acompanhamento e reforcem a vigilância dos magistrados.

Ao G1, o presidente do TJMT informou que uma das ameaças contra um juiz seria o resultado de uma ação que ordena a retirada do ocupante de uma propriedade e envolve R$ 3 milhões. O serviço de inteligência teria identificado de onde partiram as ameaças. Já o outro caso, segundo o desembargador, o Tribunal de Justiça descobriu que um homem disse em público que "iria matar o juiz". Ele perdeu uma ação que envolve causas familiares.

Por outro lado, o desembargador preferiu não divulgar os nomes dos juízes os municípios que eles atuam por questão de segurança. "No primeiro momento, quando o magistrado nos comunica, é determinado que o serviço de segurança vá até o município e faça a investigação. É claro que o autor das ameaças quer que a justiça não faça a parte dela", pontuou o presidente do TJMT, em entrevista ao G1.

Recentemente, a justiça passou a acompanhar a ameaça contra um magistrado de Várzea Grande. Apesar da existência das ocorrências, o desembargador afirmou que elas não vão inibir o trabalho dos juízes. "Temos uma magistratura firme e que vem fazendo seu trabalho. Temos condições de repelir [a prática da ameaça]”, pontuou o magistrado.

Nesta segunda-feira (15), a Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam), manifestou-se. Para o presidente Agamenon Alcântara, mais que garantir a segurança dos profissionais que julgam causas, é preciso identificar a origem e os autores do crime. "Não adianta só dar segurança. Tem que investigar de onde está vindo a ameaça. Infelizmente não há estrutura física e de pessoal para dar resposta rápida", avaliou.

Regiões de perigo
A região de fronteira com a Bolívia é apontada pela Associação dos Magistrados como uma das que mais oferecem riscos para juízes. De acordo com a Amam, pelo menos três deles já foram ameaçados. Em 2010, uma ex-juíza de São José dos Quatro Marcos, a 343 quilômetros de Cuiabá, teve a casa metralhada.

Em Cáceres, a 220 km da capital, o juiz passou a andar escoltado por policiais. Ambos foram responsáveis por julgar casos de tráfico de drogas e armas. "Apesar disso, nenhum colega desistiu", pontuou o presidente da Amam.

Além da fronteira, as regiões Norte e do Vale do Araguaia também são apontadas como as que mais oferecem riscos aos juízes, segundo o TJMT. Na maioria das vezes, as ameaças surgem de processos que tratam de conflitos de posse de terra e da área criminal.

Lista de ameaçados do CNJ
Na última sexta-feira (12), um levantamento divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) colocou Mato Grosso na quarta posição do ranking com o maior número de juízes sendo ameaçados: 6. Apenas um receberia escolta.

O presidente do Tribunal de Justiça diz que alguns casos podem ter ligação com episódios antigos e que o judiciário estadual tem conhecimento de apenas três casos recentes.

"É um absurdo ter alguém ameaçado por exercer sua função", manifestou o presidente da Associação dos Magistrados no estado.
 





Fonte: Do G1 MT

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