A doença tem preocupado moradores de Rondonópolis (MT). Vigilância Sanitária recebeu em 2011 aproximadamente 1.690 animais.
Mil cães contaminados com leishmaniose são sacrificados em MT
Cerca de mil cães foram sacrificados somente neste ano em Rondonópolis, a 213 km de Cuiabá, por estarem contaminados com diversas doenças, principalmente, pela leishmaniose. O medo de ter um animal de estimação em casa com a doença está fazendo com que pessoas abandonem os cachorros ou levem ao Centro de Controle de Zoonoses para que sejam submetidos à eutanásia.
De acordo com o gerente da Vigilância Sanitária, Edgar da Silva Prates, a instituição recebeu até o momento 1.690 animais por meio do serviço de busca de animal (475), conhecida como carrocinha, e também pelos donos que foram até o Centro de Controle de Zoonoses para deixar os animais (1.215). Desse número, mil já foram sacrificados, o que corresponde a mais de quatro sacrifícios por dia, apenas neste ano.
No entanto, segundo ele, o número é ainda maior em relação aos últimos 18 meses quando os registros apontam para três mil animais submetidos a eutanásia, em sua maioria, com leishmaniose.
"O fluxo é muito grande para o nosso nível de atendimento. É um dado muito preocupante", observou o gerente da Vigilância Sanitária do município. Ele destaca também que a cidade passa por um momento de dificuldades com o alto risco da doença, o que tem assustado a população.
Outro fator levantado pelo gerente é que muitos donos não estão tendo os cuidados devido com o animal, como de levar ao veterinário. "Os animais chegam ao Controle de Zoonoses já em estado de bastante sofrimento e situações críticas de saúde. Devido ao grande volume de entrega desses animais não há outra saida no momento a não ser os procedimentos de eutanásia", pontuou.
Para Edgar Prates, a falta de cuidado pode ser caracterizada como maus tratos por parte dos donos. Isso porque, alguns animais não foram vacinados, outros apresentaram doenças tratáveis e ainda há casos, de acordo com ele, em que os cães estão com câncer. O gerente garante que os donos precisam ter mais consciência do que realmente é ter um cuidado especial com os animais. Ele declarou também que todas essas ações seguem protocolos do Ministério da Saúde, o qual preconiza eutanásia para os cães em que for comprovada a infecção pela doença.
Diante da situação, a Vigilância Sanitária pretende promover uma reunião para discutir o assunto juntamente com o Juizado de Volante Ambiental, Promotoria de Justiça e Organizações ambientais com o objetivo de criar um protocolo de vigilância e zoonoses. "Isso ajudaria muito a resolver essas questões e mostrar em quais casos estariam ocorrendo maus tratos pelos donos", reforçou.
Segundo ele, a Prefeitura Municipal tem realizado projetos de combates e prevenção, porém, necessita de que os donos dos animais de estimação também se conscientizem dos cuidados necessários.
Leishmaniose em cães
Conforme a Coordenadoria de Vigilância Ambiental da Saúde do estado, o principal reservatório da doença (animal que alberga o protozoário em sua corrente sanguínea após ser picado pelo inseto), na área urbana, é o cão. Em regiões onde há suspeita da ocorrência da leishmaniose é realizado levantamento entomológico (para detectar a presença do vetor), inquérito sorológico canino e o controle dos reservatórios (no caso da leishmaniose visceral).
Os principais sinais do cão com leishmaniose são: lesões cutâneas nas orelhas, na cauda e no focinho, emagrecimento, crescimento incomum das unhas, conjuntivite, apatia e diarréia. No aparecimento desses sinais deve-se acionar os Centro de Controle de Zoonoses ou na Secretaria de Saúde do município.
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