Este ano a área plantada com algodão em Rondonópolis, sudeste de Mato Grosso, chegou a 338 mil hectares, aumento de 54% em relação a última safra, conforme aponta o Imea, Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária.
A colheita, que está em andamento, deve render uma safra de 437 mil toneladas em pluma, quase a metade do que é produzido no estado. O aumento da safra de grãos também impressiona, o milho deve render 400 mil toneladas e a colheita de soja resultou em 1,5 milhão de toneladas.
Com tanta produção e somando à localização geográfica, Rondonópolis se tornou pólo do transporte de cargas.
O município fica a 220 quilômetros da capital, Cuiabá, e próximo das divisas com os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, bem no entroncamento das BRs 163 e 364, que ligam as regiões Sul e Sudeste com o Norte do país.
O ritmo é intenso nas estradas, mais de 10 mil veículos trafegam por dia. Só de bitrens, os caminhões com duas carrocerias, 5 mil estão registrados na cidade.
Toda a produção agrícola da região é transportada por rodovias federais. Boa parte vai para os terminais de grãos que ficam a cerca de 200 quilômetros, mas a realidade deve mudar com a chegada da ferrovia ao município.
O desenvolvimento pelos trilhos irá movimentar o equivalente a mais de 2,5 milhões de toneladas de produtos e já atrai outros investimentos. Uma indústria esmagadora de grãos acaba de se instalar na cidade em uma área de 46 hectares. Quatro mil toneladas de soja serão processadas por dia para produção de biodiesel.
Para atender a demanda cada vez maior pela matéria-prima, os produtores rurais têm procurado investir em tecnologia. Gilberto Goelner cultiva milho, soja e algodão, aumentou a área plantada e precisou comprar mais seis colheitadeiras.
Produtores como Gilberto movimentam as concessionárias de máquinas agrícolas. Em uma delas, quase não há produto para pronta entrega. Leonardo Nogueira, gerente, explica que a venda está comprometida até 2012.
O comércio de produtos agropecuários também comemora os bons resultados. Uma loja precisou aumentar a área, passou de 400 para 6 mil metros quadrados.
Junto com a produção de grãos, a pecuária tem crescido no município. O pecuarista Marco Túlio apostou na criação de cordeiros e ovelhas. O negócio deu certo e o pecuarista resolveu montar um frigorífico, onde são abatidos, por mês, cerca de mil animais, quantidade ainda insuficiente para atender a demanda. O estado de Mato Grosso sozinho consome toda a produção.
A empresa trabalha com cortes especiais que são embaladas à vácuo. Oportunidades para expandir o negócio não faltam.
Com tantos investimentos em diversos setores, o município tem ampliado os parques industriais e se planeja para receber as empresas interessadas cada vez mais na matéria-prima produzida em Mato Grosso.
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